Anteriormente categorizada como uma vitamina G, a vitamina B2 é um composto orgânico, do grupo das flavinas (riboflavina) e faz parte do grupo de vitaminas que formam o complexo B. Quando certos grupos químicos são adicionado à cadeira principal de flavinas, moléculas como a dinucleótido de flavina e adenina (FAD) e mononucleótido de flavina (FMN) são formados. Essas moléculas fazem parte da cadeia de proteínas transportadoras de elétrons, responsáveis por gerar energia para as células no final da respiração celular.
Apesar de ser fundamental para a sobrevivência, a riboflavina não é sintetizada pelos animais, tendo que ser consumida em fontes naturais ou pela suplementação alimentar. Uma parte dela é sintetizada pelos microrganismos comensais, a microbiota.
A absorção dela se dá no intestino delgado, após ser hidrolisada e internalizada através de transportadores específicos, Na+ dependentes. No entanto o exato mecanismo de internalização não é totalmente conhecido. O principal estoque de riboflavina no organismo está no fígado, mas outros locais como baço e coração também são reservatórios desta molécula. Interessantemente, até mesmo no cérebro está molécula pode ser encontrada, passando pela barreira hematoencefálica de maneira ativa ou passiva, os níveis de riboflavina no cérebro são finamente ajustados e tendem a ser constantes, pois grandes variações desta molécula nesta região podem causar problemas metabólicos para o tecido nervoso.
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Hipovitaminose B2
A deficiência de riboflavina devido a dieta, em países desenvolvidos, é bastante rara. Outros fatores podem levar a baixa absorção dessa vitamina como níveis baixos dos hormônios da tireoide. Os sintomas da hipovitaminose B2 são lesões nos cantos da boca (estomatite angular), problemas de pele, excesso de células sanguíneas (hiperemia), perda de cabelo e de peso, problemas reprodutivos e lesões no fígado e no sistema nervoso. É comum que o paciente com deficiência em vitamina B2 também tenha deficiência em outras vitaminas fazendo com que os sintomas se misturem bem como a própria deficiência em vitamina B2 faz com que o metabolismo de outros nutrientes seja prejudicado, fazendo que certas deficiências possam gerar sintomas mais graves.
Hipervitaminose B2
Já a hipervitaminose de B2 não é comum pois a capacidade de absorção desta molécula é limitada. O FDA, órgão americano de controle de alimentos e drogas, nem mesmo possui um limite diário de ingestão para a riboflavina, devido sua ausência de toxicidade.
Os métodos de análise de quantidade de vitamina B2 são: a medida direta da riboflavina na urina, a concentração de riboflavina nos eritrócitos e a medida indireta através da atividade de FAD em um meio controlado.
Fontes de vitamina B2
As fontes alimentares de vitamina B2 são: vegetais como repolho, agrião, brócolis, couves; produtos lácteos no geral; ervilhas, semente de girassol, trigo, cegada; carnes, ovo e algumas frutas. O leite materno é bastante importante para passar vitaminas como a B2 para o bebê e a concentração de riboflavina passada aumenta conforme o consumo da mãe.
Alguns medicamentos têm ações antagônicas à vitamina B2, seja inibindo sua ação através dos receptores, ou seja por impedir sua absorção, esses fármacos são: a penicilina, a estreptomicina, contraceptivos orais, a teofilina, o ácido bórico e o probenecide (e seu análogo clorpromacina).
Referências:
< https://ods.od.nih.gov/factsheets/Riboflavin-HealthProfessional/> acessado 02/12/17
Mack, Matthias; Grill, Simon (2006). «Riboflavin analogs and inhibitors of riboflavin biosynthesis». Appl Microbiol Biotechnol. 71. pp. 265–275. ISSN 0175-7598. doi:10.1007/s00253-006-0421-7
Powers, Hilary J. (junho de 2003). «Riboflavin (vitamin B-2) and health». American Journal of Clinical Nutrition. 77. American Society for Clinical Nutrition. pp. 1352–1360. ISSN 0002-9165
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/bioquimica/vitamina-b2/