A taquicardia é um tipo de arritmia cardíaca caracterizada pela elevação da frequência de batimentos do coração. É esperado que um adulto saudável, no repouso, apresente batimento médio variando entre 60 e 90 batidas por minuto (bpm). Quando esta medição ultrapassa 100 bpm considera-se um estado de elevação normal de frequência cardíaca, que pode ocorrer quando a pessoa passa por alguma emoção ou durante a realização de exercício físico. No entanto, a taquicardia patológica ocorre quando os 100 batimentos por minuto são detectados no estado de repouso. Esta condição pode ser assintomática, o que dificulta seu diagnóstico e adia seu tratamento, podendo resultar em ataque cardíaco ou derrame.
A taquicardia pode ocorrer por diferentes causas, sendo classificadas de acordo com sua origem. A fibrilação atrial ocorre quando os impulsos elétricos que causam a contração do músculo cardíaco se tornam irregulares, resultando em movimentação fraca, rápida e descoordenada das câmaras superioras do coração, os átrios. Este quadro pode ser temporário ou duradouro, requerendo intervenção médica para sanar o problema, através de medicamentos ou uso de desfibrilador. Este tipo de taquicardia é a mais comum de todas, ocorrendo em pessoas com algum tipo de alteração morfológica leve no coração, pacientes hipertensos, que apresentem hipertireoidismo ou que sejam alcoólatras. Tabagismo e ansiedade também parecem estar relacionadas com a ocorrência da fibrilação atrial, que acomete mais mulheres que homens e também pode ocorrer em crianças.
A taquicardia ventricular ocorre devido a transmissão de impulsos elétricos erráticos nas câmaras inferiores do coração, os ventrículos. A aceleração da frequência cardíaca impede que o fluxo de sangue ocorra normalmente pois os ventrículos acabam bombeando o sangue antes de estarem completamente preenchidos, causando uma insuficiência no aporte de sangue sistêmico. Esta taquicardia pode ocorrer como efeito colateral de medicamentos, uso de drogas ilícitas (como a cocaína) e em casos de doenças cardíacas crônicas. Os sintomas de ambas as taquicardias descritas acima incluem respiração acelerada, tontura, dores fortes no peito acompanhadas da sensação de palpitações e desmaios. Em alguns casos não há sintomas aparentes, sendo que o aumento da frequência cardíaca só é detectado através de exames específicos, como o eletrocardiograma. Neste exame, a atividade elétrica cardíaca é registrada através da reprodução dos pulsos em um gráfico, utilizando-se eletrodos aderidos na superfície da pele.
Pessoas anêmicas, diabéticas, hipertensas, com apneia do sono ou que ingerem muito café formam um grupo de risco de taquicardia. Recomenda-se que pessoas com estas condições ou que possuam histórico familiar de doenças no coração busquem um cardiologista e façam exames preventivos continuamente. O envelhecimento também requer grandes cuidados com o coração e o sistema circulatório.
A taquicardia pode ser um quadro grave pois pode gerar complicações que variam em severidade. Ataques cardíacos e derrames (também conhecidos como AVC – acidente vascular cerebral) podem ocorrer se, através do aumento dos batimentos, trombos e êmbolos se moverem pela corrente sanguínea bloqueando artérias essenciais. A falência cardíaca ou morte súbita também podem ocorrer como consequência da taquicardia. Manter um estilo de vida saudável, através de uma dieta balanceada e exercícios físicos é a melhor maneira de prevenir qualquer doença cardíaca, incluindo a taquicardia.
Referências:
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cardiologia/taquicardia/