Os navajos, que se autointitulam Dineh, o Povo, habitam a América do Norte e pertencem ao ramo linguístico Athapaskan. Eles são procedentes da região norte e hoje ocupam um planalto que atravessa a maior parte do Arizona, do Novo Mexido e de Utah – em termos territoriais é considerado o maior espaço nativo dos Estados Unidos.
Suas terras, vastas e despovoadas, são forradas por pequenas porções de pinheiro, pinhão, artemísias e outras vegetações. Passagens estreitas como o Canyon de Chelly e del Muerto se alongam por inúmeros quilômetros. Rochas luzentes emergem da terra como grandiosos jazigos edificados por gigantes. Embora pareça um território deserto, aqui e ali surgem mínimas Hogans, ou cabanas, e de repente surgem rebanhos de carneiros nesta região inóspita.
No século XVI este povo primitivo se dedicava à caça e à pesca. Os navajos se confrontaram com os espanhóis que chegavam para colonizar seu território e, em fins do século XVIII e início do XIX, entraram em conflito com os mexicanos. Deste encontro com os espanhóis eles herdaram cavalos, ovelhas e cabras, o que estimulou intensamente sua vida econômica.
O primeiro pacto dos navajos com os governantes norte-americanos data de 1846, mas novas disputas econômicas os levaram a entrar em choque com os militares novamente em 1849. As hostilidades só cessaram em 1863, quando Kit Carson, caçador e militar do exército, intensificou a perseguição a este povo e aprisionou oito mil integrantes da tribo, levados para a Reserva de Forte Summer, no Novo México, depois de um percurso de aproximadamente 600 quilômetros – A Grande Caminhada.
Depois de muito sofrimento neste local, um novo acordo foi promovido em 1868, quando os remanescentes dos prisioneiros foram reconduzidos para a moradia anterior e, depois de receberem gado e ovinos, decidiram conviver pacificamente com os colonos da América. A partir de então os navajos progrediram, o povo cresceu praticamente o dobro e a reserva foi ampliada. Na II Guerra muitos soldados navajos se alistaram.
Sua filosofia espiritual é vinculada aos elementos naturais e movida pela procura de um elo harmônico entre os navajos e a Natureza; neste universo as criaturas menores podem ter maior significância que os seres maiores e mais potentes. Assim, as divindades mais poderosas são, às vezes, obscurecidas por criaturas singelas e modestas.
Os ritos deste povo são estruturados em torno do Sol. Ele representa a luminosidade, o calor e, assim, sobrepuja as outras entidades e divindades. A dualidade é essencial nesta cultura, pois o equilíbrio é promovido pelo lado dominante, no caso a energia solar, e a face mais frágil, a Mulher que Muda.
Não que este símbolo seja realmente mais fraco que o solar, mas é distinto em qualidade. A Mulher que Muda, também denominada Istsá Natlehi, representa as forças da terra, com suas transformações sempre representadas pelas mudanças de estações; ela também evoca o poder feminino e o amor de mãe.
Fontes:
http://www.terramistica.com.br/index.php?add=Artigos&file=article&sid=111
https://web.archive.org/web/20160304170217/http://www.ancestral.com:80/cultures/north_america/navajo.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Navajos
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cultura/povo-navajo/