A coccidiose aviária é uma enfermidade causada por um protozoário do gênero Eimeria, que parasita as células intestinais destes animais. É considerada uma das doenças mais importantes na avicultura industrial, pois causa diarréia e enterite, resultando em uma diminuição da absorção de nutrientes.
A galinha doméstica (Gallus gallus) é parasitada por sete espécies de Eimeria, são elas:
- E. acervulina
- E. maxima
- E. tenella
- E. brunetti
- E. necatrix
- E. mitis
- E. praecox
Dentro deste grupo, a E. brunetti parece não ocorrer no Brasil e a E. necatrix ocorre, basicamente, em matrizes mantidas no chão. Dentro das outras espécies a E. maxima, E. acervulina e a E. tenella causam lesões típicas no intestino das aves, já a E. mitis e a E. preacox não produzem lesões típicas.
A infecção se dá por meio da ingestão dos oocistos esporulados, que estão presentes no ambiente, no alimento, água e até na cama. Quando na moela, estes oocistos se rompem, liberando os esporocistos que após sofrerem ação da enzima tripsina quinase, liberam os esporozoítos. Primeiro vêm à fase assexuada, iniciando-se com a invasão dos enterócitos pelos esporozoítos, gerando os esquizontes, onde estão presentes os merozoítos.
A fase sexuada tem início ao final da fase assexuada, quando a última geração dos esquizontes penetram em outros enterócitos, diferenciando-se em gametas masculinos e femininos. Ocorre a fecundação do gameta feminino pelo masculino, gerando o oocisto que é liberado na luz do intestino. A fase externa, denominada esporogonia, ocorre sob algumas condições, como: temperatura, oxigênio, umidade e especificidade do parasita ao hospedeiro.
A infecção por este parasita causa uma modificação estrutural das vilosidades intestinais, levando a um encurtamento destas, resultando em diminuição da capacidade de absorção. Pode também haver destruição das células epiteliais do intestino, impedindo que haja a renovação destas estruturas.
Os sintomas apresentados pelas aves variam conforme a espécie de Eimeira presente. Algumas das espécies patogênicas causam: diarréia que varia de mucóide à sanguinolenta, desidratação, penas arrepiadas, anemia, despigmentação da pele e prostração.
O diagnóstico pode ser feito através do historio clínico dos animais, e sua confirmação pode ser feito através de exame laboratorial, pela técnica de microscopia. Para a realização deste, um grupo de animais deve ser sacrificado para que seja realizada uma necropsia e coletado material para o exame. Pode também ser feito um exame direto do conteúdo intestinal através de um raspado de mucosa e observação ao microscópio em busca de oocistos.
Para controle e prevenção desta doença, além de um manejo adequado, desinfecção e limpeza do ambiente, é necessário o uso de anticoccidianos nas rações, ou então, utilização de vacinas. Existem dois tipos de vacinas, as vivas atenuadas e a virulenta, sendo que a primeira opção oferece maior segurança em relação à segunda opção.
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Fontes:
https://web.archive.org/web/20050125072750/http://naturezaforte.com.br:80/aves/aulas_teoricas/coccidiose.pdf.
http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL25.pdf.
http://www.cnpsa.embrapa.br/down.php?tipo=artigos&cod_artigo=129
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/doencas/coccidiose-aviaria/