O Projeto Baleia Franca, de natureza ambiental, foi criado para estudar, investigar e preservar as baleias francas - uma das espécies marinhas mais próximas de uma iminente destruição - e também o contexto no qual este animal habita, em águas nacionais. Ele é coordenado pela Coalizão Internacional da Vida Silvestre - IWC/BRASIL -, e encontra-se sediado na Praia de Itapirubá, na cidade de Imbituba, em Santa Catarina.
Historicamente este projeto surgiu quando o Vice-Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, pioneiro no combate à caça das baleias exercitada em águas brasileiras no estado da Paraíba, por intermédio dos japoneses, decidiu, em 1981, realizar pesquisas entre ribeirinhos e visitantes do litoral de Santa Catarina. Estes estudos revelaram que determinadas ‘baleias pretas’ eram encontradas eventualmente na costa sul do país.
Imediatamente este ambientalista estruturou uma associação de voluntários e, com parcos recursos provindos do exterior, ele empreendeu uma vasta varredura pelas praias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Esta procura intensiva pelos animais marinhos incluía não só a visualização de toda a costa sul, mas também o questionamento das populações locais, na tentativa de melhor compreender estes cetáceos.
Neste mesmo ano as pesquisas do Almirante e de seu grupo demonstraram que, com base no testemunho visual dos entrevistados e dos pesquisadores, a presença constante de mães e filhotes no litoral de Santa Catarina indicava que este local era por excelência a escolha destes animais para a reprodução das baleias francas na costa brasileira.
A observação deste fenômeno ao longo de vinte anos de intensos estudos revela que realmente há um campo espacial eleito por estes cetáceos. Eles escolheram uma região que está compreendida entre a Ilha de Santa Catarina e o Cabo de Santa Marta, em Santa Catarina. Censos realizados do ponto de vista aéreo complementaram as conclusões dos pesquisadores de Ibsen de Gusmão.
A partir de então a meta do grupo Baleia-Franca é dar continuidade às propostas de seu fundador, ou seja, preservar esta espécie, criar condições para que elas se mantenham vivas e procriem na costa brasileira. Desde 1982 a Petrobras vem contribuindo com este projeto, permitindo que com os recursos oferecidos a organização possa estimular pesquisas de cunho científico que visam amparar as baleias originárias do hemisfério sul, região na qual se mantém uma estação de treinamento, localizada na Patagônia.
O Projeto Baleia-Franca também observa as baleias através de um monitor situado no interior de um helicóptero. Deste veículo os animais são registrados por meio de uma foto-identifição de cada cetáceo. Seus voluntários igualmente agem na esfera administrativa, no setor de políticas públicas, com o suporte oferecido pelo Ibama. Desta forma conquistaram o direito de converter a baleia-franca em monumento natural de Santa Catarina.
Esta associação habitualmente leva às escolas do Sul o seu projeto por meio de palestras, exibição de slides, apresentação de folders e eventos de natureza musical. No porto de Imbituba, exatamente na mesma região em que era sediada a estação de caça às baleias, os integrantes do Baleia-Franca criaram um museu, no qual estão expostas fotos e também aparatos usados na caça aos animais marinhos.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20170808171032/http://www.baleiafranca.org.br:80/oprojeto/oprojeto_historico.htm
https://web.archive.org/web/20210309191925/http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_Baleia_franca
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/projeto-baleia-franca/