Enxertia

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Por Mayara Cardoso

Enxertia (do latim, insertare, inserir, introduzir, enxertar) é uma técnica de melhoramento genético que consiste em implantar parte de uma planta viva em outra planta de igual ou diferente espécie, com a finalidade de propagar determinadas variedades. Nesse processo, a planta introduzida (enxerto) tem a função de fornecer as melhores características aos frutos, ao passo que a planta receptora (porta-enxerto) é responsável pelo suporte e pelo abastecimento de água e nutrientes essenciais.

Método de enxertia. Ilustração: Natvas / Shutterstock.com

Método de enxertia. Ilustração: Natvas / Shutterstock.com

Normalmente, a enxertia é feita por dois métodos diferentes, que são a garfagem e a borbulhia (ou escudagem). Na enxertia por garfagem, a parte superior da planta mais rústica (porta-enxerto) é cortada para receber o enxerto, que é uma porção da planta mais nobre. Trata-se do método mais utilizado por ser relativamente mais fácil de executar, porém, pode ser desvantajoso porque se o enxerto não vingar, a muda é perdida.

A segunda técnica de mais utilizada de enxertia é a borbulhia, que consiste em retirar um pedaço da casca da planta que se deseja propagar e implantá-lo na muda de uma variedade rústica, que pode ser da mesma espécie ou de espécies aproximadas. Se houver sucesso na prática, dentro de pouco tempo já se obtém uma espécie com características melhoradas para cultivo.

De um modo geral, o que mais dificulta a prática da enxertia é a operação. Esse processo é muito minucioso, para trazer bons resultados são necessários cuidados especiais e bastante conhecimento e experiência de quem desenvolve. Além disso, o nível de dificuldade de execução da técnica pode aumentar de acordo com a espécie, o que requer uma mão de obra ainda mais qualificada, encarecendo o processo.

A enxertia tem sido muito empregada na disseminação de espécies frutíferas, como é o caso da laranja da baía, também conhecida como laranja de umbigo. Essa variedade surgiu no estado da Bahia de forma espontânea no início do século XIX, por meio de mutação cromossômica. Desde então, a laranja da baía enxertada em outras variedades, para que suas qualidades sejam preservadas. Ela não produz sementes (meiose anormal), tem um sabor adocicado, polpa consistente e granulada, casca grossa e suas flores são usadas para extração de perfumes.

Para desenvolver o melhoramento genético é preciso obter o fenótipo desejado e, ainda, disseminar o genótipo que condiciona essa característica. Os processos sexuais de vegetais e animais domésticos, no entanto, dificulta a propagação de variedades melhoradas, pois, a cada nova geração, ocorre uma nova mistura de genes por meio da segregação e da recombinação gênica. Assim, a enxertia é uma forma de resolver esse problema, já que se trata de uma reprodução assexuada.

Arquivado em: Agricultura, Genética
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