Anita Malfatti é considerada umas das principais pintoras brasileiras do século XX. Suas pinturas abalaram os mais conservadores e foram um marco para o Modernismo brasileiro. Juntamente com Tarsila do Amaral deu voz às mulheres nesse período.
Anita nasceu em São Paulo, em 02 de dezembro de 1889 foi à segunda filha do casal Samuel Malfatti e Betty Krug. Ela aprendeu a pintar com a mãe, seus estudos fora do país foram financiados pelo tio, após a morte do pai. Anita nasceu com uma atrofia no braço e na mão direita. Em função disso, aos 3 anos de idade foi levada a Itália para tentar corrigir a má formação congênita, os resultados não foram animadores e Anita teve que aprender a conviver com sua deficiência. Teve à sua disposição quando criança uma governanta inglesa que lhe ajudou nessa tarefa, desenvolvendo o uso da mão esquerda.
Em 1910 acompanhou as primas a uma viagem a Europa e lá frequentou aulas no ateliê de Fritz Burger e matriculou-se na Academia Real de Belas Artes em Berlim. Foram seus primeiros contatos com a pintura Expressionista. De volta ao Brasil em 1914, Anita tinha planos de ser contemplada como uma bolsa de estudos e voltar a viajar. Fez uma exposição individual, mas em função da Primeira Guerra Mundial seus planos tiveram que ser adiados. Seu tio voltou a financiar sua viagem, dessa vez para os Estados Unidos onde morou por dois anos e estudou na Art Students League sob a orientação de Homer Boss.
Voltou para o Brasil em 1917 com muitas telas prontas e realizou mais uma exposição individual com 53 quadros. A exposição causa furor nos conservadores e Monteiro Lobato, crítico de arte na época, lança um texto no jornal O Estado de São Paulo, criticando a jovem artista. No texto "Paranoia ou mistificação?", Monteiro Lobato dizia que Anita deixou-se influenciar por Picasso e sua turma. Após as manifestações de Lobato as telas que foram compradas na exposição foram devolvidas e vários outros jornais começaram a atacar Anita. No entanto, Anita teve amigos que a defenderam como Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Menotti Del Pichia entre outros.
Anita ficou tão abalada com as duras críticas que voltou a pintar somente um ano depois da polêmica exposição. Em 1922 participou da Semana de Arte Moderna com 22 obras. No ano seguinte vai a Paris onde ficou por cinco anos estudando e produzindo. Nesse período, realizou exposições em Berlim, Paris e Nova York. Entre suas principais obras estão: A boba; Uma rua; As margaridas de Mario; A estudante russa; O homem das sete cores; Nu Cubista; O homem amarelo; entre outros.
Após a morte de sua mãe na década de 1940, Anita vai para sua chácara em Diadema onde morou até sua morte em 06 de novembro de 1964.
Veja também:
Referências:
Anita Malfatti. Disponível em: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8938/anita-malfatti > Acessado em 18 de Março de 2016.
Anita Malfatti. Sua deficiência física ajudou a encontrar sua vocação artística. Disponível em: < https://turismoadaptado.wordpress.com/2012/04/15/anita-malfatti-sua-deficiencia-fisica-ajudou-a-encontrar-sua-vocacao-artistica/ > Acessado em 18 de Março de 2016.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/anita-malfatti/