As catacumbas romanas eram reservadas pelos cristãos para o sepultamento de seus mortos, em valas sob a terra. Este termo grego significa, originalmente, ‘cavidade, vale aberto’. Apenas depois do século IX é que esta palavra passou a ter o sentido de ‘cemitério subterrâneo’. Elas foram amplamente usadas do século II às primeiras décadas do século V, quando o Cristianismo passou a ser mais tolerado em Roma.
Os primeiros cristãos não tinham o hábito de utilizar mais de uma vez um túmulo, o que dificultava a questão espacial, pois em pouco tempo não haveria mais local a céu aberto onde pudessem ser edificados novos cemitérios. Como eles também tinham um desenvolvido senso comunitário, e assim ansiassem por estar sempre próximos um do outro, optar por sepultar os mortos em covas subterrâneas não foi uma escolha difícil, uma vez que eles tinham verdadeiro horror à idéia da cremação dos corpos.
Além disso, as catacumbas poderiam também, ao mesmo tempo, ser um espaço consagrado aos cultos e rituais, aproveitando até mesmo a presença dos corpos, inclusive dos mártires cristãos mortos nas arenas romanas, para não só realizar celebrações fúnebres, mas também para cultivar a memória destes primeiros adeptos do Cristianismo. Os sítios onde eram localizadas as catacumbas permitiam aos fiéis conciliarem todos estes dilemas e solucionarem os desafios que lhes eram impostos pelo contexto da época.
Embora as catacumbas remontem à era de Cristo, hoje se considera pouco provável que elas também atuassem como refúgios para os cristãos perseguidos, antes da promulgação do Édito de Milão, de autoria do Imperador Constantino I, que instituía a tolerância ao Cristianismo no interior do Império Romano. Era provável que só eventualmente, por pouco tempo, os primeiros seguidores de Jesus aí permanecessem, pelo espaço de uma cerimônia religiosa, talvez.
A visão cristã da morte, dos rituais que envolvem este evento, da eternidade existencial depois da morte, contribuiu para o desenvolvimento da arte cristã nos muros das catacumbas. Nela se expressam os desejos dos cristãos de atingirem o Paraíso, ao mesmo tempo em que as pinturas murais constituem elementos dos ritos funerários, inclusive dos enterros, e ajudam a preservar os sepulcros.
Atualmente várias destas catacumbas ainda estão disponíveis para a visitação pública, sendo muito procuradas pelos turistas. Elas estão normalmente localizadas junto às longas estradas, como a Via Ápia, onde está situada a mais procurada delas, a de São Calisto, no centro de Roma. Elas eram edificadas na forma de intrincados labirintos subterrâneos que muitas vezes chegavam a alcançar vários quilômetros.
Nos seus muros eram cavados os chamados fossários, compostos por vários nichos de formato retangular, então conhecidos como lóculos, nos quais podiam ser encontrados um ou mais corpos, sempre envoltos em um lençol. Depois estes eram encerrados com uma chapa de mármore ou com telhas de argamassa. Há pelo menos 40 catacumbas conhecidas hoje na cidade de Roma, a maior parte localizada em vias famosas. Por estarem sujeitas a um possível desmoronamento, não é permitida a circulação de carros junto a elas.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catacumba_romana
http://bloghistoria94.blogspot.com/2007/03/as-catacumbas-na-roma-antiga-palavra.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/religiao/catacumbas/