Guerra de mentira

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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O período conhecido como “Guerra de mentira” refere-se aos oito meses que seguiram a invasão da Polônia pelas tropas nazistas, em 1º de setembro de 1939. França e Reino Unido declararam guerra à Alemanha para honrar o acordo de defesa da soberania e autonomia da Polônia. No entanto, pelos oito meses seguintes, nenhuma operação militar de grande porte foi conduzida pelas forças Aliadas contra os alemães. O intuito de britânicos e franceses era evitar um novo conflito nas dimensões da Primeira Grande Guerra, o que fez com que suas ações militares fossem, inicialmente, cautelosas.

Os britânicos agiram sobretudo no mar, formando um bloqueio naval contra a Marinha alemã (Kriegsmarine) e instituindo um sistema de proteção contra ataques de submarinos. Em dezembro do mesmo ano, os britânicos tiveram uma vitória significativa no Atlântico Sul, onde aconteceu a Batalha do Rio da Prata, que resultou na destruição do encouraçado Admiral Graf Spee. Outra medida adotada pela Grã-Bretanha foi a de lançar panfletos com propaganda antinazista na Alemanha, usando para isso a Força Aérea Real.

Já os franceses agiram por terra, posicionando suas tropas na Linha Maginot, um conjunto de fortificações interligadas por trilhos subterrâneos construído pelos franceses na fronteira com a Alemanha entre 1929 e 1938.

No início de 1940, tanto a Grã-Bretanha quando a Alemanha começaram a planejar a ocupação da Noruega. Inicialmente neutro, tal país acabou se tornando um dos principais palcos da Guerra de Mentira. A Alemanha dependia do minério de ferro sueco, que precisava passar pelo porto norueguês de Narvik. Os britânicos estavam insatisfeitos com a permissão norueguesa para o uso do porto, e a Noruega passou a ser vista como uma falha no bloqueio feito à Alemanha. A situação se agravou com o início da Guerra de Inverno, conflito entre a União Soviética e Finlândia. A fim de fortalecer as tropas finlandesas, franceses e britânicos solicitaram permissão para atravessar território norueguês e sueco. Hitler entendeu que poderia se tratar de uma  manobra para a ocupação das Forças Aliadas do porto de Narvik.

Assim, as duas forças opostas decidiram ocupar a Noruega. Em abril de 1940, as operações iniciaram. Os alemães invadiram também a Dinamarca, pois entendiam que ocupá-la traria maior segurança. Com a aproximação dos nazistas, o rei da Noruega, Haakon VII, acompanhado de seu governo, deixou o país, exilando-se no Reino Unido. Após algumas vitórias, uma derrota fez com que os britânicos se retirassem da Noruega. O fracasso da campanha contribuiu para o colapso do governo do Primeiro-Ministro britânico, Neville Chamberlain, que foi substituído por Winston Churchill.

Além da Noruega, também os Países Baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo) pretendiam manter a neutralidade no conflito. No entanto, na noite de 9 de maio, os alemães ocuparam Luxemburgo e lançaram uma ofensiva aos outros dois países.  Em 10 de maio de 1940, a França foi ocupada pelos nazistas, levando a chamada Guerra de Mentira ao fim.

Referências:
http://www.historyworld.net/wrldhis/PlainTextHistories.asp?ParagraphID=ogl#ixzz4JQOceg5g

http://militaryhistory.about.com/od/worldwarii/a/wwiiblitz.htm

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