A Pré-história é dividida em três períodos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. Neste último recorte há uma subdivisão pelos tipos de metais dominados pelos homens: Cobre, Bronze e Ferro.
O cobre foi o primeiro metal a ser encontrado e utilizado para a produção de ferramentas, utensílios e armamento. O domínio do fogo desde o paleolítico foi crucial para a sobrevivência humana. Além de proteger do frio, a possibilidade de cozinhar alimentos evitou a contaminação pelo apodrecimento de carnes e vegetais. Mas, mais do que isso, o fogo foi utilizado para produção de ferramentas em metais a partir do processo de fundição.
Inicialmente o cobre era moldado a frio, com o uso de martelos que davam a forma necessária. Com a metalurgia a produção de utensílios para o cotidiano se intensificou, mas os produtos feitos a partir de outras matérias primas – como madeira, por exemplo – não deixaram de existir. Assim, artefatos próprios para o dia-a-dia, como vasilhas e potes para armazenar comida. Essa foi uma prática que permitiu a garantia de alimentos por mais tempo por uma comunidade e o consequente crescimento populacional. Para se ter dimensão, as produções em metais ocupavam várias esferas da vida humana. Além da além dos utensílios para guardar alimentos, foram produzidas armas para a caça a animais e para defesa dos grupos, tendo em vista que muitos deles entravam em conflito; ferramentas próprias para a agricultura, como as enxadas. Tudo isso possibilitou, além do crescimento populacional, o desenvolvimento de ofícios.
Dada a complexidade da extração de minerais e da sua transformação em materiais úteis para os grupos humanos pode-se perceber que foi necessário mobilizar um conjunto complexo de conhecimentos, como, por exemplo, conhecimentos do campo da geologia ao localizar e identificar os minérios, e do campo da química para conseguir reduzi-los no processo de fundição. Tudo isso nos mostra o quanto era preciso dominar e desenvolver conhecimentos para produzir materiais em metal.
Para Gordon Childe a divisão pré-histórica em diferentes idades demonstra diferentes etapas econômicas, e para cada uma delas há uma nova forma econômica de organização das sociedades. O domínio do bronze, por exemplo, envolveu a existência de locais especializados para sua fundição e envolveu, provavelmente, um comércio bastante avançado. Além disso, para que um grupo da sociedade pudesse se dedicar à extração do minério foi preciso que o grupo já estivesse em estágio avançado, no sentido de conseguir produzir excedentes alimentares. Só assim um grupo poderia se dedicar a outra atividade que não fosse a produção de alimentos para a sobrevivência. Além disso, transportar os metais das encostas das montanhas, onde os metais são mais facilmente encontrados, exigia um trabalho organizado e dedicação. Tudo isso indica a formação de cidades populosas, que atingiram um nível considerável de complexidade, desenvolvendo atividades secundárias e o comércio.
Assim, durante a Idade dos Metais, houve um importante crescimento populacional e uma diversificação das atividades. Não mais centrados em somente sobreviver, homens e mulheres passaram a exercer diferentes atividades, como o artesanato, o comércio, o transporte de metais, além da agricultura, do pastoreio e da caça, que já faziam parte das sociedades.
A Idade do Cobre marca o início da Idade dos Metais. Inicialmente foi o primeiro metal a ser dominado pelos homens. Paulatinamente passou-se a fundir o cobre com o estanho, dando origem ao bronze, que marca a Idade do Bronze. Somente depois que se passou a utilizar o ferro, mais abundante, mais maleável e mais acessível.
Referências:
CHILDE, Gordon. Los origenes de la civilizacion. Fondo de Cultura Económica, Mexico, 1996.
PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-do-cobre/