O gênero Camelus contém duas espécies: os dromedários (Camelus dromedarius) e os camelo-bactriano (Camelus bactrianus). Em comum as espécies possuem: um par de dedos em cada pata adaptadas para caminhar no solo arenoso, a capacidade de suportar longos períodos sem beber água e armazenam energia em forma da gordura que ficam retidas nas corcovas. Em contrapartida, diferenciam no número de corcovas, na estatura e no tipo de pelo, além da região em que são encontrados também ser diferentes.
O camelo e o dromedário foram originados a partir de um ancestral comum que viveu na América do Norte há 40 milhões de anos, mas seus descendentes atualmente encontram-se vivendo em diferentes regiões do planeta. O camelo possui duas corcovas e é encontrado na Ásia (principalmente China e Mongólia), enquanto o dromedário possui apenas uma corcova e é encontrado preferencialmente na África e no Oriente Médio.
Os Camelos e os lhamas são os dois gêneros que compõem a família Camelidae. Os Camelidae pertencem à subordem de ruminantes na subclasse placentária de mamíferos vertebrados. Entre os artiodactyls (constituem um grupo de indivíduos com um par de dedos nas patas – são exemplos: boi, cabra, veado, porco, hipopótamos, girafas etc.) vivos, a família Camelidae é a única com representantes ainda vivos dentro do grupo Tylopoda. Estudos recentes concluem que as mudanças evolutivas que ocorram foram devido a mutações genéticas únicas ou rearranjos cromossômicos menores. Este artigo tratará das características dos camelos.
O camelo possui pelos longos e vistosos que são necessários para a sobrevivência no inverno, essa pelagem concentra-se principalmente nas coxas, na garupa e na cabeça, são animais robustos que conseguem locomover-se pela neve. Os lábios do camelo são extremamente móveis: o lábio superior é bífido, uma característica que provavelmente ajuda no consumo de vegetal espinhoso, enquanto o lábio inferior, especialmente em adultos, tende a ser pendente. O lábio superior também é sensível o suficiente para pegar pequenos pedaços de vegetação e as narinas estão cercadas por músculos que os mantêm fechados a maior parte do tempo, reduzindo assim a perda de água por evaporação e impedindo a entrada de areia e moscas. A boca muitas vezes encontra-se aberta e emite sons frequentes que podem se assimilar a uma gargalhada. Como um ruminante, o camelo tem estômago com quatro câmaras separadas para realizar a digestão da celulose presente nos vegetais.
Os camelos fêmeas entram na maturidade sexual aos 3 anos de idade, mas o acasalamento geralmente acontece quando tiverem 4 anos, e eles conseguem continuar a reprodução até pelo menos 20 anos de idade. A época do acasalamento acontece no final de dezembro, quando a luz do dia começa a aumentar e a temperatura é mais amena, até meados de abril na China. O período de gestação dura uma média de 13,5 meses. Quando não conseguem acasalar, o período de estro (cio) dos camelos se prolonga.
Os camelos durante muito tempo foram utilizados pelo homem como meio de transporte e muito dos avanços culturais e econômicos conquistados na antiguidade só foi possível graças à utilização deste animal. Acredita-se que a provável data da domesticação atinge até 20.000 a.C. Atualmente os camelos encontram-se gravemente ameaçados de extinção, ainda podem ser encontrados em estado selvagem no deserto de Gobi, entre a China e a Mongólia.
Bibliografia:
CHEN, B.X. et al. 1985. Semen-induced ovulation in the bactrian camel (Camelus bactrianus). Journals of Reproduction & Fertility Ltd. J. Reprod. Fert. nº 73, páginas 335-339.
MUKASA-MUGERWA, E. The camel (Camellus Dromedarius): A Bibliographical Review. The International Livestock Centre for Africa (ILCA). Ethiopia, 1981.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mamiferos/camelo/