Foca

Graduada em Ciências Biológicas (USU, 2009)

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A foca comumPhoca vitulina – é um dos mais difundidos dos pinípedes, podem ser encontrados no hemisfério norte, nas regiões temperadas até as polares. Pelo menos 4 subespécies são conhecidas:

  • Phoca vitulina vitulina: encontradas no leste do Oceano Atlântico (do norte de Portugal ao Ártico, incluindo a Islândia e a Groenlândia);
  • Phoca vitulina concolor: encontrada no oeste do Atlântico (Atlântico Médio ao Ártico do Canadá);
  • Phoca vitulina richardsi: encontradas no leste do Oceano Pacífico (a partir do centro da Califórnia, do México até o leste das ilhas Aleutas);
  • Phoca vitulina stejnegeri: encontradas no oeste do Oceano Pacífico (do Japão até a Península de Kamchatka).

Foca comum (Phoca vitulina). Foto: JRJfin / Shutterstock.com

As principais características morfológicas deste animal são: o corpo é alongado, a cabeça é pequena com uma leve testa, as narinas são pequenas e terminam com o formando de um "V" que converge na parte inferior, os olhos são relativamente grandes e estão próximos e juntos uns dos outros. Não apresentam orelhas, mas as aberturas externas que dão para o pavilhão auricular são grandes e conspícuos, e estão ligeiramente mais atrás dos olhos. As focas possuem cor clara, não são facilmente diferenciadas sexualmente (dimorfismo sexual). As nadadeiras são relativamente curtas, apenas cerca de um quinto para um sexto do comprimento padrão, eles têm garras longas e finas presentes em todos os dedos. Alimentam-se de uma grande variedade de peixes, cefalópodes e crustáceos que vivem próximos a superfície, e no meio bentônico.

No mar, as focas não-migratórias são principalmente encontradas nas águas costeiras da plataforma continental e no declive. Elas descansam e se reproduzem nas praias e em rochas baixas e em plataformas de gelo. Em terra, as focas geralmente são extremamente cautelosas e tímidas, sendo quase impossível aproximar delas sem assustá-las e elas fugirem para a água.

Foca-comum (Phoca vitulina). Foto: wildlife photos / Shutterstock.com

As focas possuem como costume o hábito de agregarem-se em locais de fácil acesso a água, onde permanecem tranquilas especialmente na maré baixa. No entanto, apesar desse comportamento de agregação, os adultos geralmente não se encontram em contato próximo entre si. No mar, eles são mais frequentemente vistos sozinhos ou em pequenos grupos.

O sistema de acasalamento compreende vários machos com várias fêmeas. O acasalamento geralmente ocorre na água, durante os meses de fevereiro a outubro. Os machos adultos têm até 1,9 m de comprimento e pesam entre 70 a 150 kg, fêmeas possuem até 1,7 m de comprimento e pesam entre 60 a 110 kg. No nascimento, filhotes são de 65 a 100 cm e 8 a 12 kg Os filhotes geralmente apresentam uma coloração mais escurecida em tons de cinza prateado, devido basicamente às condições uterinas e poderão permanecer com essa coloração por várias semanas após o nascimento.

Focas descansando em uma praia. Foto: Galina Gutarin / Shutterstock.com

As focas são caçadas como fonte de alimento desde a pré-história. Eles são mortos para suprir a indústria têxtil que busca a pele e abastece desde pequenas empresas locais até grandes operações comerciais, e sob contingentes e sistemas de recompensas como ameaças ao setor pesqueiro. Além disso, mais recentemente, um surto de um vírus da cinomose causou a morte de uma estimativa de 18.000 indivíduos que habitavam a região europeia. Também sofrem com a proximidade dos centros industriais que jogam no oceano elevadas cargas de poluentes tóxicos que causam efeito na saúde do animal, com a captura acidental em redes de pesca, particularmente em redes de arrastão. A IUCN considera haver dados insatisfatórios sobre a mortalidade anual destes animais, a conservação e número total de indivíduos da espécie, mas a classifica como vulnerável devido às atividades humanas, o derretimento das geleiras e o detrimento das áreas de terra firme onde a espécie é encontrada.

Bibliografia:

SEASE,J.L., 1992. Status review Harbor Seals (Phoca vitulina) in Alaska. National Marine Fisheries Service Alaska Fisheries Science Center. U.S. Department of Commerce.

JEFFERSON, T.A., LEATHERWOOD, S., WEBBER, M.A. 1993. Marine Mammals of the world. FAO Species Identification Guide. United Nations Environment Programme – Food and Agriculture Organization of The United Nations - Rome.

Arquivado em: Mamíferos
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