Divisão Lycopodiophyta

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

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As licófitas pertencem à Divisão Lycopodiophyta (ou também Lycophyta) e incluem cerca de 1.200 espécies (figura 1). Essas plantas apresentam xilema e floema, ou seja, possuem tecidos condutores. Além disso, exibem raízes, caule e folhas, porém não estão presentes flores e sementes, por isso são chamadas de plantas vasculares sem sementes. Os tecidos condutores foram importantes novidades evolutivas, contribuindo para a ocupação do ambiente terrestre e também para o aumento do crescimento em altura das plantas. Os grupos de licófitas mais comuns são os licopódios e a Selaginella.

Figura 1 – Representantes da Divisão Lycopodiophyta. (A) Licopódios. (B) Selaginella. Fotos: ViktoriaIvanets (A), Christopher PB (B) / Shutterstock.com

Como ocorre em todas as plantas, as licófitas também apresentam em seu ciclo de vida uma alternância de gerações, ou seja, elas passam por uma fase haploide (n), denominada de gametófito, que se alterna com a geração diploide (2n), conhecida como esporófito. Os gametas são produzidos no gametófito, sendo que neste local também ocorre a fecundação, ou seja, a união do gameta feminino ao gameta masculino formando o zigoto, que se dividirá e dará origem ao esporófito. O esporófito produz os esporos por meiose, que irão gerar novos gametófitos, completando o ciclo. Diferentemente das briófitas, nas licófitas predomina-se a fase esporofítica, a qual é maior e mais complexa. O gametófito é pouco desenvolvido e contribui para a nutrição do esporófito apenas no início do seu crescimento. Com a formação de raízes e folhas, o esporófito não depende mais do gametófito, o qual regride.

Os licopódios habitam desde as regiões árticas até os trópicos, com muitas espécies epífitas (plantas que vivem sobre outras, porém não retiram nutrientes, só as utilizam como apoio) (Figura 1A). Como produzem apenas um tipo de esporo, são classificadas como plantas homosporadas. O gametófito formado é bissexuado, ou seja, exibe tanto anterídios (locais de síntese dos gametas masculinos) como arquegônios (locais de síntese dos gametas femininos). Dependendo da espécie, o gametófito formado pode ou não ser fotossintetizante. A água é necessária para ocorrer a fecundação já que o anterozoide (gameta masculino) nada até a oosfera (gameta feminino). O esporófito formado depende da nutrição do gametófito, porém com o passar do tempo se torna independente. O ciclo de vida de um licopódio está ilustrado na figura 2.

Figura 2 – Esquema do ciclo de vida de um licopódio. Ilustração: Kazakova Maryia / Shutterstock.com

A maior parte das licófitas pertencem ao grupo da Selaginella (Figura 1B). Apesar de muitas crescerem em área úmidas, algumas plantas podem ocorrer em regiões secas como o deserto ou a caatinga. Nesses locais, permanecem dormentes (em estado latente) e se reproduzem apenas em épocas de chuva. Por causa dessa característica, são conhecidas como plantas revivescentes ou plantas da ressurreição.

Diferentemente do licopódio, a Selaginella é classificada como heterosporada, ou seja, possui dois tipos de esporos. Os esporos são chamados de micrósporos e megásporos e são produzidos no microsporângio e no megasporângio, respectivamente. Os microsporângios originam os gametófitos masculinos, denominados microgametófitos, e os megasporângios formam os gametófitos femininos, chamados de megagametófitos. Esses dois gametófitos são extremamente reduzidos quando comparados com as estruturas das plantas homosporadas.

Referência bibliográfica:

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

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