Dias Gomes

Doutorado em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (PUC-Rio, 2013)
Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUC-Rio, 2008)
Graduação em Jornalismo (PUC-Rio, 2001)

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Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em Salvador, no dia 19 de outubro de 1922, filho do engenheiro Plínio Alves Dias Gomes e de Alice Ribeiro de Freitas Gomes. Escreve seu primeiro conto, As Aventuras de Rompe-Rasga, aos 10 anos. Três anos depois, muda-se com a família de Salvador para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal.

Aos 15 anos, escreve sua primeira peça, Comédia dos Moralistas, premiada no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939, mas que termina não sendo encenada. Dois anos depois, a peça é publicada por seu tio, pela Fênix Gráfica da Bahia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, mais especificamente em 1941, Dias Gomes escreve o drama Amanhã Será Outro Dia, abordando as questões centrais do nazismo, como a Gestapo, a invasão da França e o exílio dos perseguidos políticos.

Em 1942, o Estado Novo, regime ditatorial implantado por Getúlio Vargas, censura a exibição de sua peça “Pé de Cabra” pelo teor marxista da trama, obrigando o autor a alternar sua atividade de dramaturgo com a de autor de radionovelas, a convite de Oduvaldo Vianna, a qual deixou de exercer com a instauração da ditadura militar em 1964.

No ano seguinte, em 1943, ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, que viria a abandonar dois anos depois.

Com a saída do rádio, Dias Gomes passa a escrever e adaptar para o cinema e a TV. Entre suas peças mais famosas que são readaptadas, estão O Pagador de Promessas e o Bem-Amado. A primeira rendeu um filme dirigido por Anselmo Duarte e estrelado por Leonardo Villar e Glória Menezes, que narra a tragédia do peregrino Zé do Burro, recebendo, por isso, a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1962. A segunda chegou à TV em especial da TV Tupi, em 1966, transformando-se, a partir da década seguinte, em telenovela, seriado e filme. A trama aborda as peripécias da farsa política do prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu.

Como autor de telenovelas, atividade que o consagra definitivamente, estreia em 1969 com a novela A Ponte dos Suspiros, da Rede Globo, valendo-se da influência da esposa Janete Clair.

Na TV, tal como nas outras atividades, Dias Gomes também sofre com a censura, que impede a novela Roque Santeiro de ir ao ar no dia da estreia, em 1975, devido ao conteúdo que abordava, entre outras, a questão da reforma agrária. A obra só seria veiculada dez anos depois, sob a direção de Daniel Filho e com o trio Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker nos papéis principais.

Apesar das restrições, Dias Gomes atinge o sucesso com a maioria de suas novelas. Além das já citadas, incluem-se Bandeira 2 (1971-1972), O Espigão (1974) e Saramandaia (1976), e as séries Carga Pesada e Decadência.

Nos últimos anos de vida, passa a se dedicar a textos mais curtos, alegando que “Uma novela é o caminho mais curto para um enfarte”.

Em 1991, é eleito para a cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letras. Oito anos depois, em 18 de maio de 1999, falece em São Paulo, aos 76 anos, em decorrência de um acidente automobilístico, deixando um legado tão extenso quanto precioso para o campo das Letras no Brasil.

Arquivado em: Biografias, Escritores
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