A Ayurveda é uma ciência milenar criada na Índia há pelo menos 5 mil anos. Assim, pode-se dizer que ela é a matriz da Medicina desenvolvida depois na China, no mundo árabe, em Roma e na Grécia. Palavra de origem sânscrita, significa Ciência, ‘veda’, da vida, ‘ayur’. Esta prática ainda é exercida entre os indianos e é reconhecida hoje como um sistema medicinal tradicional.
Esta medicina integra a Ciência Védica – baseada nos quatro textos sagrados do Hinduísmo. Ela se vale de recursos como plantas medicinais, dietas, exercícios físicos, meditação, yoga, astrologia hindu, massagem, aromaterapia, gemoterapia - tratamento com metais e gemas -, cirurgia e psicologia. Suas técnicas se baseiam na crença de que o corpo humano contém três humores biológicos, conhecidos como Doshas.
O Vata é a esfera do ar, que influi no organismo com suas características básicas – secura, leveza, sutileza e inquietude. Pitta é o domínio do fogo, que transmite calor, leveza e untuosidade. Já Kapha é o universo da água, com sua umidade, frieza e densidade. Assim, segundo esta visão medicinal, o acúmulo ou a carência destes atributos traduz-se em um desajuste no Dosha que equivale ao elemento alterado, e se expressa no corpo material na forma de doenças e distúrbios psíquicos.
Por exemplo, se Vata está desarmonizado, a pessoa começa a emagrecer, se enfraquece, torna-se suscetível ao clima frio, apresenta tremores, mutações no sistema nervoso, entre outros sintomas. Quando Pitta se desajusta, os olhos e a pele se tornam amarelos, a fome aumenta, a febre aparece, há uma intensa sensação de calor, surgem inflamações e infecções, entre outros sinais.
A alteração de Kapha produz debilitação do sistema digestivo, pele pálida, calafrios, tosse acompanhada da constituição de muco nos pulmões, sono, preguiça, entre outros vestígios de desequilíbrio.
Na Medicina Ayurvédica considera-se que as enfermidades nascem bem antes de sua revelação no organismo através dos sintomas convencionais. Portanto, elas surgem como pequenos desarranjos que, não percebidos e tratados, vão se intensificando, até se transmutar em doenças, antes que se possa dar conta do que está ocorrendo.
Esta técnica foi o alicerce que permitiu o crescimento da medicina japonesa. Tanto indianos quanto japoneses precisavam desenvolver um sistema medicinal que não fosse dispendioso, pois a grande parte da população destes países era muito pobre. Esta é a razão porque hoje, na Medicina Ayurvédica, se encontram tantos elementos das técnicas de cura do Japão, pois as duas cresceram praticamente juntas.
Conforme os textos hindus sobre este tema, esta Medicina divide-se em oito categorias fundamentais - Medicina Interna ou Clínica Geral; Pediatria; Psiquiatria; Doenças da cabeça e pescoço (incluindo a otorrinolaringologia, a oftalmologia e a odontologia); Cirurgia; Toxicologia; Rejuvenescimento e Geriatria.
A massagem Ayurvédica é um dos principais métodos utilizados pela Ayurveda. Ela é uma das técnicas corporais mais antigas e integrais, contribuindo amplamente para a harmonia orgânica e mental. Esta massagem age na esfera física e também na energética, e deve ser aplicada a cada pessoa conforme seu dosha, por esse motivo não se trata de uma única metodologia, mas de várias, aplicadas conforme as necessidades de cada indivíduo, com o auxílio de óleos medicinais específicos.
Ela é indicada para depressões, estresses, cansaços, dependências químicas, purificação do corpo físico, desbloqueios energéticos, restabelecimento do equilíbrio dos chakras, entre outras enfermidades, embora esta técnica não trate doenças, e sim o paciente.
Para viver de acordo com esta medicina, o homem deve cultivar uma existência mais saudável, conquistar qualidade de vida, e assim obter uma psique harmonizada e um espírito equilibrado. É fundamental que ele conduza sua vida pela bússola da sabedoria, o que lhe garantirá um bem-estar pleno, em todos os sentidos. Esta é a meta principal do Ayurveda.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/medicina-alternativa/ayurvedica/