Louis Pasteur

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Se dos escritores Joseph Droz e Sílvio Pellico, Louis Pasteur recebeu, no Liceu Besançon, a influência da devoção à honra e ao trabalho, do Sr. Romanet , diretor do colégio de Arbois, já trazia a convicção da frase “Um homem instruído vale por dois, um homem educado vale por dez!

Assim começa a brilhante carreira do cientista, no século XIX, que anos mais tarde irá viver no Internato Barbet, no Quartier Latin, onde além de dedicar-se aos estudos, ocupa todas suas horas de folga visitando bibliotecas vizinhas ao internato e ainda arguindo em matemáticas elementares aos alunos mais jovens, o que lhe permitia retribuir a generosidade de pagar apenas um terço da pensão.

Seu empenho lhe rende alguns anos depois, ser convidado para assistente do mestre Balard, recém nomeado para a Academia de Ciências, e de quem Pasteur se torna um pilar nas atividades. Aí é convidado ainda para um trabalho em comum com August Laurent sobre uma teoria que já o interessava denominada das ‘substituições’, o que lhe permite, pelas investigações químicas, conhecer certas formas cristalinas dos ácidos tartáricos e dos tartaratos em geral. Após seu casamento com Marie Laurent e algum tempo em Estrasburgo como professor de química da Faculdade, volta à Academia de Ciências e se consagra ao laboratório rejeitando candidatar-se a vagas na Seção de Física ou de Química, empenhando-se cada vez mais a experiências que visavam modificar a forma cristalina de certas substâncias químicas. Consegue após viagens ao exterior, e intensas pesquisas, desvendar o famoso ácido racêmico.

É nomeado professor na nova Faculdade de Ciências de Lille e devido ao seu empenho e já merecida fama, as aulas de química que eram frequentadas por poucos alunos passam a ser assistidas por quase trezentos. Lança-se com afinco e ardor sobre seus estudos sobre as fermentações e privilegia a fermentação do leite azedo. Descobre o fermento láctico e a partir daí vai para Paris e em seu humilde laboratório descobre a fermentação alcoólica. Não cessam suas interrogações quanto á origem desses fermentos, levedos e dos seres microscópicos.

A árdua tarefa que se lhe apresenta é a luta contra a ignorância até do mundo científico em geral que admitia como verdade o princípio da geração espontânea, ideia essa que se contrariada resultaria em incompreensão e vaidades feridas. Obtém a filtragem do ar em um algodão e com a matéria aí depositada, submetida ao microscópio encontra os espórios e germes; dessa conclusão parte para estudos mais significativos e aos poucos recebe valiosas contribuições de toda a França.

A partir daí, estuda sobre o cogumelo Mycoderma aceti, responsável pela transformação do álcool em vinagre e consegue elucidar dois males que atacam o bicho-da-seda, a flacidez e a pebrina. Parte para o estudo das doenças contagiosas e recomenda a assepsia do instrumental e das mãos. Estudando uma doença que atacava a  carneiros, bois e cavalos, após pesquisas conclui que “ as bacterídias não são, (...) nem a causa, nem o efeito necessário da moléstia carbunculosa, sendo a sua causa um vírus”.

Afirma ainda que a triquinose é a doença da triquina, a sarna do ácaro (que lhe é próprio) e ainda encontra o vibrião que é responsável pela septicemia; verifica que a bacterídia carbunculosa é aeróbia e o vibrião séptico é anaeróbio, ou seja, pode viver sem oxigênio do ar, o que torna necessário seu cultivo no ácido carbônico. Essa descoberta é uma resposta à experiência de Paulo Bert, pois mostra que a pressão do oxigênio que fora injetada no sangue destrói as bacterídias filamentosas e não os vibriões.

Os micróbios, palavra introduzida por Sédillot, passam a ser perseguidos por Pasteur nos hospitais que percorre, pois a febre puerperal era responsável por dizimar milhares de mulheres. Ao mesmo tempo continua sua luta para dizimar a doença do carbúnculo e pela urgência da situação, pois carneiros e bois continuavam a morrer por isso, resolve então aplicar os princípios descobertos por Jenner (1775), para a varíola, ou seja, a atenuação do vírus, como vacina, a forma benigna da enfermidade. Abre assim, o pesquisador, caminho para novas descobertas e atende aos pedidos do mundo para resolver os males da peste bubônica, a cólera dos homens e dos animais, o mal rubro e a raiva.

Dedica-se ao estudo dessa última e pela experimentação conclui que o vírus rábico não está somente na saliva, pois pelo processo de inoculação comprova sua presença no cérebro. Obtém pelos meios anteriores utilizados, a vacina, e a aplica em animais. Satisfeito com os resultados obtidos resta-lhe ainda responder à pergunta feita pelo Imperador do Brasil, por carta, se no ser humano a vacina já poderia ser aplicada. A resposta a isso veio do pequeno Joseph Meister,  apresentando quatorze mordeduras pelo corpo e que foi salvo após receber 16 aplicações da vacina.

Outras curas se sucederam e graças ao salvamento de dezesseis russos, recebeu Pasteur do tzar a cruz de diamantes da Ordem de Santa Ana da Rússia e cem mil francos para a construção do Instituto Pasteur, um grande dispensário para o tratamento da raiva e centro de ensino, que foi inaugurado a 15 de novembro de 1888.

O grande cientista morreu a 27 de setembro de 1895.

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Fonte:
Grandes Vocações: Cientistas. V.5 São Paulo: Donato, [s/d].

Arquivado em: Biografias
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