A constelação zodiacal de Virgem é denominada Virgo. A declinação gramatical utilizada para batizar as estrelas, neste caso, é Virginis. Uma constelação é um grupo de estrelas fixas que, ligadas por linhas imaginárias, formam também uma figura pertencente ao campo da imaginação, a que corresponde um nome especial. As vizinhas de Virgo, conforme as demarcações modernas, são Boötes, Coma Berenices, Leo, Crater, Corvus, Hydra, Libra e Serpens.
Virgem é a constelação mais entretecida por lendas e histórias míticas. Ela foi uma das primeiras a receber uma denominação, e sempre foi representada pela imagem de uma donzela. Uma das personas mitológicas mais associadas a ela é a de Têmis, divindade da justiça. Insatisfeita com o procedimento da Humanidade, ela retorna aos céus.
Outras histórias dão conta de que a Virgem está conectada a Astréia, fruto da união entre Zeus e Têmis, como está imortalizado nos versos de Os Lusíadas, de Camões. Ela teria existido em sua roupagem carnal ao longo da Idade de Ouro; mas, com o declínio da existência humana, a deusa teria se exilado na esfera celestial e se convertido, assim, na constelação de Virgem. Seu símbolo seria a Balança, daí ela estar localizada próxima à Constelação de Libra.
Esta constelação está também intimamente ligada ao mito de Deméter – para os romanos, Ceres -, deusa responsável pelo desenvolvimento das atividades agrárias, sempre com espigas de trigo em sua mão, e sua filha Perséfone, raptada pela divindade das sombras, Hades ou Plutão, que é tomado pela paixão.
Mergulhada em profundo desespero, Ceres segue em busca da filha, deixando de lado suas obrigações com a terra. Assim relegada, a Natureza murchou, perdeu seu viço. Zeus, para socorrer a Humanidade, dispôs a situação de forma que Perséfone, que comera algumas sementes de romã no reino das Trevas e, assim, não podia mais voltar completamente para o mundo dos vivos, deveria permanecer 3 meses anualmente no mundo inferior, e no resto do ano ficaria ao lado da mãe.
Esta alegoria confere às mudanças de estação um fundo mítico. Nos momentos passados sob a terra, as sementes estão germinando, para florescerem na Primavera, quando a deusa retorna à convivência materna.Assim, a Virgem primaveril passa a ser cultuada sob várias denominações, dando origem às mais diversas lendas.
Outras interpretações ligam a romana Fortuna a esta constelação, uma referência às estrelas menos intensas que configuram a cabeça da imagem virginal. A virgem é também a moabita Ruth, das Sagradas Escrituras, correndo pelos campos de Boaz. Já no contexto do Cristianismo ela é associada à Virgem Maria, mãe de Jesus.
Fontes:
http://www.oal.ul.pt/oobservatorio/vol3/n7/vol3n7_6.html
http://www.ov.ufrj.br/AstroPoetas/Tuparetama/arqueoastronomia/arquivos/49.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constelação_de_Virgem
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/astronomia/constelacao-de-virgem/