Câmara Escura

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A Câmara Escura foi a primeira grande descoberta da fotografia. É uma caixa composta por paredes opacas, que possui um orifício em um dos lados, e na parede paralela a este orifício, uma superfície fotossensível é colocada.

O funcionamento da câmara escura é de natureza física. O princípio da propagação retilínea da luz permite que os raios luminosos que atingem o objeto e passem pelo orifício da câmara sejam projetados no anteparo fotossensível na parede paralela ao orifício. Esta projeção produz uma imagem real invertida do objeto na superfície fotossensível. Quanto menor o orifício, mais nítida é a imagem formada, pois a incidência de raios luminosos vindos de outras direções é bem menor.

Apesar de ter sido desenvolvida realmente no século XIX, pelos precursores da fotografia, há relatos do uso da câmara escura desde a Antiguidade, pelo filósofo grego Aristóteles, que a utilizava para fazer observações astronômicas. Mais tarde, no século XI, o árabe Ibn al-Haitham também fez referência à câmara escura como auxiliar na observação de um eclipse solar. No século XIV, alguns artistas já utilizavam a técnica da câmara escura como auxiliar na produção de desenhos e pinturas. Em seguida, no Renascimento, Leonardo Da Vinci escreveu sobre o mecanismo de captura de imagens. Posteriormente, no século XVII, foi colocado um sistema óptico, a fim de melhorar a qualidade e a captura das imagens.

A relação do tamanho do orifício com a nitidez do objeto trazia um problema. Quanto menor o orifício, mais nítidos são os traços, no entanto, com a diminuição da entrada de luz, havia um considerável escurecimento da imagem produzida. Por este motivo, foi desenvolvido o mecanismo de uso de lentes em 1550, pelo físico italiano Girolamo Cardano, que utilizou uma lente biconvexa. Cardano levou em consideração a capacidade de refração do vidro, que convergia os raios luminosos refletidos no objeto, formando assim uma imagem puntiforme, nítida e clara.

Muitas câmaras escuras foram produzidas ao longo da história, desde câmaras enormes, do tamanho de quartos, até câmaras pequenas. Existem poucas no mundo hoje, mas é possível ver algumas em Grahamstown na África do Sul, Bristol na Inglaterra, Kirriemuir, Dumfries e Edinburgh na Escócia, Santa Monica e São Francisco na Califórnia e no Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Câmara_escura
http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=pmd&cod=_pmd2005_i3201

Arquivado em: Fotografia
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