A Terceirização, também conhecida pela expressão inglesa Outsourcing, ou ainda por Horizontalização consiste em uma forma estrutural de organização em que uma organização privada ou pública transfere a outra, atividades consideradas “meio” (aquelas que precisam ser executadas para viabilizar a realização da atividade principal de uma empresa). Esta ação proporciona maior disponibilidade de recursos para a realização da atividade principal, ou atividade-fim.
A primeira empresa a praticar a terceirização foi a Riocell, empresa produtora de papel e celulose, em 1986. No entanto, a terceirização só se popularizou e ganhou importância estratégica a partir da década de 1990. A empresa que quiser usar esse recurso estratégico precisa fazer um controle minucioso tanto dos processos a serem terceirizados como das empresas que irão executar esse trabalho (fornecedores). A escolha destes é essencial para uma terceirização bem sucedida. Portanto, o gestor deve averiguar não só a capacidade técnica, como também a sua situação fiscal, idoneidade, infra-estrutura, postura ética, etc.
Um dos pontos mais delicados deste processo é o estabelecimento de ferramentas de controle sobre a terceirizada. Uma solução possível é focar na qualidade do produto e buscar um bom relacionamento com os terceirizados.
Geralmente, o objetivo de se optar pela Terceirização é a redução de custos e o aumento da qualidade da prestação de serviços. Alguns exemplos de empresas que adotam essa estratégia são as empresas de telecomunicação, serviços públicos essenciais e siderurgia.
Existem dois modelos de terceirização no Brasil. Segundo Alves (1996) existe o modelo de terceirização “autêntico”, tem como estratégia tecnologias gerenciais de qualidade e enfatiza o bom relacionamento entre as partes, procurando sempre alcançar uma situação de ganha-ganha dos envolvidos.
O outro modelo é chamado pelo autor de “espúrio”. Este modelo se baseia em uma estratégia de confronto buscando intensamente o baixo custo. Caracteriza-se por um mau relacionamento entre os envolvidos (ganha-perde).
A adoção da Terceirização ainda é um assunto muito controverso. Por um lado, ela pode abrir novos postos de trabalho (o que é muito benéfico para países que enfrentam recessão e baixos índices de emprego), internamente ela permite às organizações terem uma maior capacidade de lidar com as oscilações de mix de produção de uma mesma família de produtos e reduz custos administrativos, já que custos fixos passam a ser custos variáveis. Por outro lado, ela favorece a desconcentração operária, o que propicia maior controle do trabalho e dificulta e reduz a luta de classe na produção e pode interferir em movimentos sindicais.
Referências bibliográficas:
SOARES, Carlos Alexandre…et AL. Terceirização Estratégica: Estabelecendo uma relação de parceria com contratantes. Editor Autor: Andradina, 2013.
VIEIRA, Zânia Maria Rios Aguiar. Metamorfose no Trabalho Industrial: Um estudo de caso sobre os impactos da terceirização na cultura organizacional. Rio de Janeiro: E-paper, 2009.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/administracao_/terceirizacao-outsourcing/