Tumor de Pancoast é um tumor que se localiza no ápice pulmonar. Em outras palavras, é um tipo de câncer de pulmão definido pela sua localização no topo do pulmão (direito ou esquerdo).
No ano de 1932, Henry Pancoast descreveu na American Medical Association a apresentação clínica desse tumor. Este tipo de neoplasia corresponde de 1% a 3% da totalidade dos cânceres pulmonares.
Devido à sua localização, este tumor inicialmente pode não ser observado nas radiografias de rotina, sendo que quando o tumor aparece nesse exame, já alcançou tecidos circunvizinhos. Além disso, outras afecções podem resultar em manifestações clínicas similares às desse tumor, como distúrbios neurológicos e músculo-esqueléticos.
As manifestações clínicas iniciam-se com dor intensa no ombro e na região supra-escapular. Esta dor pode prolongar-se por todo o nervo ulnar. Quando há comprometimento da primeira ou segunda costelas ou vértebras, a dor pode exacerbar-se.
Se o tumor invadir a cadeia simpática e o gânglio estrelado (localizado no nível da sétima vértebra cervical), pode estar presente a síndrome de Horner e anidrose ipsilateral (redução ou ausência da secreção de suor no lado afetado) na face e no membro superior. O tecido muscular da mão do lado acometido pode estar atrofiado e o reflexo do tríceps pode não estar presente.
Quando há o acometimento do canal medular, as manifestações clínicas são similares às de um tumor do canal cervical ou discopatia cervical, sendo que, nesses casos, alguns pacientes podem evoluir com manifestações paraneoplásicas, habitualmente levando à secreção endócrina tumoral. As alterações normalmente observadas abrangem síndrome de Cushing, hipersecreção de hormônio antidiurético, hipercalcemia, miopatias, hematopatias e osteoartropatia hipertrófica.
Os exames de sangue não são específicos; no entanto, evidencia um quadro hepático alterado em pacientes que apresentam metástase. O exame citológico de secreções pulmonares normalmente é útil.
A maior parte desses tumores é diagnóstico por meio de exame histopatológico através da biópsia transtorácica aspirativa. O diagnóstico por meio de broncoscopia normalmente não é tão útil, já que grande parte das lesões localiza-se perifericamente.
Exames radiográficos revelam diminutas áreas apicais com espessamento pleural ou até mesmo massas no ápice do pulmão. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética do pescoço, tórax e abdômen também podem ser úteis no diagnóstico dessa neoplasia.
O tratamento é a cirurgia. A terapêutica clínica apresenta papel secundário. Anteriormente, este tipo de tumor era considerado irressecável, sendo que a radioterapia era tida como o tratamento de eleição. Nos dias de hoje, essa modalidade de tratamento é utilizado para diminuir a massa tumoral, facilitando assim sua ressecção cirúrgica. Após esse último procedimento, também pode ser realizada radioterapia para controle locorregional da lesão. Quando o tumor realmente for irressecável ou quando o paciente não apresenta condições físicas para ser submetido a um procedimento cirúrgico, a radioterapia deve ser utilizada como tratamento único.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tumor_de_Pancoast
http://boasaude.uol.com.br/realce/emailorprint.cfm?id=15283&type=lib
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/neoplasias/tumor-de-pancoast/