O flúor é um elemento químico que, na tabela periódica dos elementos, fica localizada no grupo dos halogênios. Este apresenta propriedades anticancerígenas e costuma ser adicionado à água de abastecimento público, produtos dentais e alimentos, além de poder estar presente na água de forma natural. Todavia, a grande quantidade distinta de fontes de flúor pode levar a um consumo elevado deste elemento, resultando em uma intoxicação por flúor.
Os compostos de flúor são rapidamente absorvidos pelo estômago, intestino e excretado juntamente com a urina. A princípio, o fluoreto interage com a mucosa gástrica, originando o ácido fluorídrico no estômago. Por conseguinte, este elemento irá ligar-se ao cálcio interferindo no mecanismo de diferentes enzimas. Resquícios deste elemento são incorporados à matriz óssea.
Anteriormente, a principal causa de intoxicação por flúor residia na ingestão acidental de inseticidas ou raticidas que continham o elemento em questão. Na atualidade, a maior parte dos casos se deve a ingestão de dentífrico. Dentre outras causas estão: presença de agentes de bifluoreto de amônia em vidro, decapagem ou limpeza de cromo; exposição industrial; ejeção vulcânica de flúor; limpadores de metal. Também tem ocorrido intoxicação devido ao mau funcionamento dos equipamentos de fluoretação da água.
A intoxicação aguda decorre da elevada ingestão do flúor em um curto período de tempo. A ingestão de 3-5 mg/kg pode levar ao aparecimento de sintomas enquanto que a ingestão de 32-64 mg/kg pode ser letal em adultos, e 16 mg/kg em crianças. A gravidade do caso fica na dependência da quantidade de flúor ingerida, sendo que o paciente pode apresentar diarréia, dor abdominal, disfagia, hipersalivação, lesão da mucosa, náuseas, vômitos, alterações eletrolíticas, como hipercalcemia, hipocalcemia, hipoglicemia e hipomagnesemia.
A intoxicação crônica, ou seja, ingestão de baixas doses de flúor em um longo período de tempo, está relacionada com alterações nas estruturas dentais e ósseas. Este elemento possui afinidade pelo fluoreto, originando em conjunto com o mesmo a fluoropatita; com o cálcio, o flúor origina o fluoreto de cálcio. Deste modo, pode haver o aparecimento de alterações dentárias, como fluorose; e óssea, como a hipercalcificação.
A intoxicação por flúor também pode causar problemas neurológicos (neurotoxicidade). A barreira hematoencefálica é relativamente impermeável ao flúor; todavia, quando este for utilizado como agente terapêutico ou estiver presente no ambiente, este elemento é capaz de ultrapassá-la. Dentre a sintomatologia neurológica encontram-se: cefaléia, fraqueza muscular, hiperreflexia, espasmos musculares, convulsões, contrações tetânicas e tremores.
Nos casos mais severos, pode haver falência múltipla de órgãos. A morte habitualmente é decorrente da parada cardíaca, choque, entre outros problemas cardíacos.
O tratamento é sintomático e anti-álgico, sendo necessária a suplementação vitamínica a remoção das fontes contaminantes. A reversão da fluorose óssea é complicada e o tratamento fica na dependência da fase na qual a doença se encontra.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intoxicação_por_flúor
http://www.neurobiologia.org/ex_2009.2/Microsoft%20Word%20-%2015_Andreatini%20Neurobiologia%202009%20Fluor%20e%20SNC_OK_.pdf
http://www.medicinapratica.com.br/tag/intoxicacao-por-fluor/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/saude/intoxicacao-por-fluor/