O Reino de Jerusalém foi um Estado criado em função da Primeira Cruzada.
No final do século XI, os cristãos na Europa organizaram um movimento ao qual chamariam de Cruzada com o objetivo de reconquistar a Terra Santa, Jerusalém. Esta cidade é importante para o cristianismo por ter grande ligação com a vida de Jesus Cristo. A Primeira Cruzada, então, partiu com apoio papal e sob comando de Godofredo de Bulhão, um dos líderes do movimento. Em 1099, esse exército de cristãos tomou Jerusalém e proclamou a existência de um novo reino governado pelo monarca Godofredo de Bulhão, que deu a si mesmo o título de Defensor do Santo Sepulcro. Entretanto, Godofredo viveu apenas mais um ano, passando, assim, o poder para seu irmão, Balduíno I.
Balduíno I teve mais tempo para realizações no Reino de Jerusalém. Sob seu comando, anexou os territórios de Acre, Sídon e Beirute, além de comandar outros Estados que já eram cruzados como Edessa, Antioquia e Trípoli. Mas Balduíno faleceu sem deixar herdeiros e o comando do Reino de Jerusalém passou para seu primo, Balduíno de Burg. Embora tenha sido capturado pelos turcos por várias vezes, também foi capaz de aumentar o território do reino.
O Reino de Jerusalém foi se tornando gradativamente mais povoado por pessoas provenientes da Europa. Mas, naturalmente, esses indivíduos foram absorvendo hábitos orientais com o passar do tempo. Assim, e na verdade, houve uma mistura muito grande de culturas. Enquanto o reino era baseado em feudos, como acontecia na Europa, a mão-de-obra reunia muçulmanos e cristãos ortodoxos, já os mercadores italianos se encarregavam do comércio com um caráter mais urbano.
Balduíno II faleceu em 1131 e o reino foi passado para sua filha, Melisende. Durante seu governo, Jerusalém viveu o período áureo em questões econômicas e artísticas. Com o falecimento de seu marido, Melisende manteve-se como regente de Jerusalém até seu filho, Balduíno III, alcançar idade suficiente para assumir a liderança do reino.
Um dos problemas que afetava o Reino de Jerusalém era a fraca defesa, pois havia número reduzido de soldados. Ainda no reinado de Balduíno II, uma solução foi dada ao caso, foram criadas ordens militares. É desse momento a fundação de famosas ordens como os Cavaleiros Templários e os Cavaleiros Hospitalários, os quais tinham quartéis-generais em Jerusalém e ocupavam castelos e terras de nobres que as doavam. O comando das ordens estava submetido diretamente ao papa e elas participavam das mais importantes batalhas com o objetivo de defender a Terra Santa dos inimigos.
Durante o reinado do leproso monarca Balduíno IV, formaram-se facções dentro do Reino de Jerusalém. Com o falecimento do monarca, Balduíno V assumiu o comando. Porém este viveu pouquíssimo tempo à frente do reino, apenas um ano. E, assim, sua mãe, Sibila, assumiu o trono ao lado de Guy de Lusignan. Este era um governante desastrado, incitou Saladino a uma guerra e viu seu reino se fragmentar. Saladino reuniu um grande exército de muçulmanos que varreu o Reino de Jerusalém e derrubou o governo cristão na Terra Santa. Em função de negociações, os cristãos puderam voltar a frequentar a Terra Santa e o Reino de Jerusalém ficou reduzido a um pequeno Estado na Síria com capital em Acre. Nos cem anos seguintes à derrota para Saladino, que foi em 1187, as investidas dos cristãos para tentar recuperar as terras sagradas foram todas frustradas. Os mamelucos foram se apoderando gradativamente dos territórios até tomarem também Acre, em 1291, selando o fim do Reino de Jerusalém.
Fonte:
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1308184019_ARQUIVO_TextoANPUH2011.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/reino-de-jerusalem/