Ao falar de Impressionismo, o primeiro nome que vem a nossa cabeça costuma ser de Monet, Renoir ou Cezanne. Menos conhecido, porém fiel aos princípios do Impressionismo foi Pissarro.
Nascido Camille Pissarro em 10 de julho de 1830, na ilha de Saint-Thomas, nas Antilhas Dinamarquesas e filho de um próspero comerciante do porto de Charlote Amalia, Pissarro já mostrava inclinação para arte desde criança desenhando as paisagens de sua cidade natal, embora os pais planejassem outros caminhos para ele.
Na adolescência os pais o mandaram para Paris para concluir seus estudos com o objetivo de dar continuidade aos negócios da família. O próprio dono da pensão onde Pissarro se hospedou o incentivou no caminho da arte.
De volta a sua cidade natal, aos 17 anos, para tomar conta dos negocias do família, o artista mesmo desgostoso com a decisão dos pais não abandonou a paixão pela pintura. Foi nesse período que conheceu o artista dinamarquês Fritz Melbye que mudaria para sempre a trajetória da sua vida, foi a chance de Pissarro de abandonar a casa dos pais e seguir rumo a Venezuela acompanhando o artista dinamarquês que havia sido enviado a este pais para estudar a fauna e a flora da região.
Em 1855, Pissarro retorna a Paris com a ajuda de Fritz Melbye na tentativa de iniciar sua carreira como pintor. Nesse período casou-se com Julie Vellay com quem teve seis filhos. O início de sua carreira foi difícil e Pissarro mal conseguia sobreviver de sua arte, por isso teve ajuda da família e do sempre amigo Melbye.
Com o passar dos anos sua arte foi ganhando força e forte influência de artistas impressionistas como Monet, Cezanne e Camille Corot. Monet foi responsável por criar o habito em Pissarro de pintar ao ar livre. Em 1874 uniu-se a Monet, Degas e Rennoir e outros para criar a Société Anonyme de Artistes, Peintres, Sculpteurs et Graveurs. O grupo, geralmente menosprezado pelos salões de arte, bancava as próprias exposições.
Pissarro pintou várias paisagens do cotidiano urbano e rural da França. Inconfundível no uso das cores, o artista não se limitou a tons pasteis, mas usava com maestria as cores vivas, associada a pinceladas suaves. E com Monet aprendeu a representar a luz em seus quadros com precisão, criando efeitos luminosos particulares. Além de pinturas, o artista produziu trabalhos em aquarela, litografia e água-forte.
Camille Pissarro foi o único artista impressionista a expor em todas as oito exposições do grupo. Entre suas principais obras pode-se citar: O convento em Pontoise; Rota para Versalhes, Louveciennes; A vastidão congelada; Retrato de Cézanne; Rabbit Warren em Pontoise; La Petite Bonne de Campagne; Os cais de Rouen; A ponte nova; A camponesa com vara.
Pissarro pintou apenas dois autorretratos em sua vida, o primeiro em 1873, já com 43 anos. O segundo autorretrato só ocorreu no final da vida do artista.
O artista morreu em Paris em 13 de novembro de 1903, aos 73 anos, vítima de um abcesso na próstata.
Referências:
Pinacoteca Caras. São Paulo: Editora Abril, 1998, nº 30.
GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/pissarro/