Watergate

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Watergate é um dos mais conhecidos episódios da história política norteamericana. Ocorreu em 1972, na época das eleições presidenciais, quando um grupo de cinco funcionários do partido de Richard Nixon (Partido Republicano) invadiu a sede do Partido Democrata (Hotel Watergate) no intuito de instalar escutas nas linhas telefônicas e furtar documentos com objetivo de beneficiar o comitê de Nixon. Os invasores acabaram sendo presos e, no início de 1973, um dos acusados informou ao juiz John Sirica que o governo americano, atuando nas entrelinhas, fazia uma grande manobra para dificultar as investigações e esconder o escândalo.

Após este episódio, com a repercussão midiática aliada às investigações de agentes federais, o Congresso exigiu que fossem apreendidas todas as conversas de Nixon sobre o caso, que tinham sido secretamente gravadas na Casa Branca, e abriu um processo de impeachment. Após análise das conversações das fitas, a Comissão de Justiça da Câmara de Representantes chegou à conclusão de que Nixon tentava atrapalhar as investigações utilizando sua influência. Com isso, as críticas ao presidente e ao Partido Republicano foram ampliadas e a opinião pública começou a fazer grande pressão, levando Nixon a ser o primeiro presidente dos EUA a renunciar ao cargo.

Dois nomes importantes neste episódio foram Bob Woodward e Carl Bernstein, dois repórteres do Washington Post que investigaram o caso. A primeira reportagem do jornal sobre o assunto começava da seguinte forma: "Cinco homens, um dos quais que afirma ser empregado da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), foram presos às 2:30 a.m., ontem, no que as autoridades descrevem como um plano elaborado para colocar microfones secretos na sede do Comitê Democrata Nacional".

Entre as principais consequências do caso Watergate nos EUA, estão a visão trágica que foi revelada sobre o grau da corrupção do governo americano, que atingiu em cheio a população pelos meios de comunicação. Outro ponto relevante do acontecimento foi a grande investigação realizada. Segundo o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, em reportagem especial para o jornal Folha de São Paulo (18 de junho de 2012), “o que fez de Watergate um marco histórico foram instituições coletivas que funcionaram bem. O que Woodward, Bernstein e outros fizeram de virtuoso foi terem agido rigidamente de acordo com os preceitos dessas instituições (a imprensa, o Legislativo, o Judiciário) e terem colocado à margem suas próprias preferências ideológicas e partidárias ou suas conveniências e gostos pessoais”.

Porém, a complexidade e a repercussão do caso geraram diversos mitos, como a de que o informante de Woodward, denominado "Garganta Profunda", teria dito ao jornalista a frase "siga o rastro do dinheiro". Na verdade, essa frase nunca foi dita, mas ficou famosa por ter sido utilizada em diálogo do personagem de Hal Holbrook, ator que interpretou o informante no filme "Todos os Homens do Presidente", a produção mais famosa sobre o caso.

Fontes:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/06/120615_artigo_campbell_rp.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/49528-watergate.shtml
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

Arquivado em: Estados Unidos, Política
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