Um átomo difere de um íon, ao menos didaticamente, por ser uma partícula isenta de carga elétrica, ao passo que os íons poderão apresentar carga positiva (átomos que perderam elétrons, ou seja, cátions) ou carga elétrica negativa (átomos que ganharam elétrons, ou seja, ânions). A neutralidade atômica se deve ao fato de existir um mesmo número de prótons em seu núcleo e de elétrons em sua eletrosfera, ao utilizarmos teorias que nos façam compreender tais elementos como partículas. A partícula, única, que possui a propriedade de caracterizar o elemento químico a partir de seu átomo é o próton, a qual é invariável para um mesmo elemento químico.
A presença do nêutron no núcleo do átomo, evento que ocorreu em 1932 por intermédio James Chadwick, viria a completar a ideia original de núcleo atômico proposta originalmente por Heisenberg. O núcleo do átomo poderia então ser considerado como constituído por nêutrons (partículas dotadas massa ligeiramente maior que a do próton, mas sem carga elétrica e “spin” igual a 1/2) e pelos já conhecidos prótons (partículas dotadas de carga elétrica positiva, igual e contrária a do elétron, com massa estabelecida em 1836 vezes maior a do elétron, de “spin” 1/2). Perceberia mais tarde que tanto o nêutron como o próton obedecem ao principio de exclusão estabelecido por Pauli.
Na literatura química para Ensino Fundamental e Ensino Médio é muitas vezes utilizado o termo nucleon para se referir ao núcleo do átomo como uma coisa só, ou seja, ao próton e ao nêutron, numericamente. Entretanto, essa denominação não pode ser confundida com o núcleo, que trata-se apenas da região central do átomo, e não considera as suas partículas. Assim, o núcleon se refere às partículas nucleares, os prótons e os nêutrons, já o núcleo se refere à região central do átomo, em torno da qual “orbitam” os elétrons.
O número total de prótons em um núcleo é conhecido como número atômico, e representado pela letra Z. O somatório do número de prótons e de nêutrons existentes no núcleo do átomo é chamado de número de massa, e simbolizado pela letra A. Dessa forma, o número de massa expressa o total de núcleons, existente no núcleo do átomo.
Assim:
Z = p (o número atômico é igual ao número de prótons).
A = p + n (o número de massa é igual à soma entre o número de prótons e o número de nêutrons, ou seja, é igual ao número de núcleons).
Não há estabelecido na química uma simbologia oficial para os núcleons, uma vez que sua definição está aos poucos sendo retirada dos livros didáticos, por trazer confusões com a definição para o núcleo do átomo.
Referências:
ATKINS, Peter; JONES, Loreta; Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/fisica-nuclear/nucleon/