Startups são empresas de base tecnológica “juvenis” ou iniciantes, como o próprio termo indica, que possuem um modelo de negócio inovador e com grande potencial de geração de valor – embora peculiarmente seus próprios caixas costumem apresentar um quadro desfavorável, daí o sentido das coisas – integrando um segmento com atributos que costumam atrair grandes investidores à procura de propostas que transmitam bons presságios de escalabilidade e de retorno ao emprego de seus recursos.
Com o lema distintivo “uma ideia na cabeça e uma visão de longo prazo”, além do entendimento de que o sucesso depende sobretudo da capacidade de lidar com as dificuldades e de tomar as providências adequadas frente à maneira como o mercado reage às suas propostas ou demanda seus produtos, retratam um conjunto dinâmico e variado de organizações atuantes em muitos setores da economia, empresas detentoras de uma profusão de conhecimentos, técnicas e tecnologias almejando o aperfeiçoamento, concepção e produção de utilitários ou serviços de ponta.
A designação startup em referência a empresas rentáveis e recém-criadas se popularizou nos Estados Unidos na década de 1990, a partir do Vale do Silício, área da Califórnia que passou a ser conhecida por seu produtivo parque tecnológico, ventre de onde emergiu a maioria das empresas que contribuíram para a ascensão da tecnologia ao patamar que usufruimos atualmente, região colocada em destaque particularmente quando houve a primeira grande bolha da internet e a consequente interligação com as áreas mais remotas do planeta. Naquele então – um momento considerado por muitos como a fase áurea da tecnologia em diversas áreas –, muitos negócios com ideias promissoras e um prognóstico de resultados tentadoramente lucrativos e sustentáveis, principalmente com relação aos empreendimentos voltados ao desenvolvimento de novas alternativas de serviços, foram bem acolhidos pelo mercado e tiveram razoável acesso aos investimentos requeridos para a realização de seus projetos.
Na esteira dos principais acontecimentos e em sintonia com o que há muito tempo vinha se estabelecendo como uma tendência global de fomento ao avanço tecnológico, pondo em prática um conjunto de prioridades ou compromissos visando estimular o nascimento e a expansão das startups no país, o Brasil também tem se preocupado em oferecer algumas soluções destinadas a prover suporte para o segmento, uma vez que, conforme dados da Associação Brasileira de Startups, existem pelo menos 10.000 empresas com este perfil por aqui.
Entendendo que tais negócios desempenham um papel revitalizador da economia, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MCTI, mantem um programa denominado Startup Brasil, que, aliado à iniciativa privada, busca impulsionar os empreendimentos de âmbito tecnológico nacionais.
Neste contexto surgem as aceleradoras, entidades que passam a figurar como membros societários daqueles que se candidatam a seu patrocínio, num processo parecido com o que ocorre no caso das Private Equity em relação às organizações mais maduras, porém com o principal objetivo de alavancar os negócios fornecendo assistência estratégica na forma de revisão e melhoria do planejamento com o propósito de diminuir os riscos e incertezas do empreendimento.
Como parte de uma série de providências com foco no desenvolvimento e crescimento do negócio, é oferecido um amparo financeiro com o nome sugestivo de survival money, além do auxílio na obtenção de novos clientes e novas fontes de recursos até que as startup atinja seu break even – ponto de equilíbrio, sinônimo de estabilidade, circunstância em que as receitas passam a ser suficientes para bancar as despesas, no bom jargão americano – e seja capaz de “caminhar com as próprias pernas”, demonstrando autonomia ao arcar por si mesma com as obrigações do negócio, estando pronta para desfazer a parceria, quando a parte acionária que coube aos investidores geralmente é vendida.