Todo cogumelo é comestível. Alguns apenas uma vez. A sentença, pela alusão categórica ao desdobramento indeterminado de uma escolha imprudente, serve de base à reflexão sobre um tema inquietante para a maioria das organizações: competitividade, ou seja, a condição surgida da habilidade ou constância com que uma empresa concretiza seus objetivos estratégicos, e cujo desempenho resulta em manutenção positiva do crescimento econômico e da sustentabilidade do negócio, estabelecendo certa regularidade de relevância nas implicações de concorrência. Não há lugar para aventuras.
O pescador que sai ao oceano munido apenas da intuição adquirida nos muitos anos de interação com a natureza, além da prudência baseada em seus próprios limites e nos riscos presumidos, decididamente não tem como oferecer garantias sobre a certeza nem a ocasião do jantar. Seu intento não depende apenas de paciência e perseverança por mais tibetanas que sejam, pois afrontará um ambiente hostil, regido por variáveis conflitantes. Em última análise, estaria arriscando sua vida e a sobrevivência de seus eventuais dependentes. Uma embarcação dotada, além da experiência do piloto, de um bom plano de navegação e do equipamento adequado, certamente aumentaria as probabilidades de sucesso.
Similarmente, no âmbito empresarial, manter o rumo dos negócios requer o uso de mecanismos que forneçam subsídios à tomada de decisão e ao mesmo tempo proporcionem certo nível de percepção e controle das potencialidades e fragilidades dos recursos internos em contraste com os desafios externos. Um desses instrumentos é a Análise SWOT. A ferramenta possibilita a avaliação do grau de desempenho contemplando quatro pontos: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), indicadores que permitem conclusões pormenorizadas sobre a eficácia do aparato que personifica as atividades da organização, possibilitando o alinhamento dos resultados com os propósitos estratégicos. Muitos negócios não alcançam a dimensão que poderiam ou simplesmente deixam de existir por falta de uma visão estratégica e realista do ambiente de atuação. A realização da análise SWOT viabiliza ampliar essa perspectiva. Entre os benefícios de sua aplicação se evidenciam a melhoria no conhecimento sobre o negócio, uma vez que podem surgir característica ou competências até então despercebidas, e a possibilidade de refinar a compreensão sobre o mercado, elementos verdadeiramente úteis em termos de competitividade.
Assim, podemos concluir que forças e fraquezas correspondem ao aspecto interno da empresa, fatores que devem ser assimilados pela gestão. Já as oportunidades e ameaças estão relacionadas com o ambiente externo e, portanto, abrangem manifestações, exigências ou transformações fora de controle, cujo entendimento é essencial para o planejamento das estratégias. Temos, então, que os ajustes constantes impostos pelas pressões do mercado geram a necessidade de recorrer a recursos como a Análise SWOT, tanto para consolidar as iniciativas em andamento quanto para criar alternativas de melhoria. Neste contexto, conservar o pódio significa conjugar capacidades e adversidades, buscando distinguir e absorver o máximo que as possibilidades podem oferecer. De natureza seletiva e inexorável, a competitividade impõe que cada passo decorra da análise criteriosa das circunstâncias e de certa prudência nos procedimentos, no sentido de produzir conhecimentos e experiências antes de resultados em definitivo.