Diante das pressões geradas pelo fenômeno da competitividade de maneira geral e mais precisamente com respeito a sua implacável influência sobre o destino de qualquer empreendimento em particular, no que se refere à cautela requerida pelas interferências ou potenciais ameaças com repercussão direta sobre a sustentabilidade dos negócios, adversidades que de alguma forma representem um risco à subsistência propriamente dita, interpretar as manifestações ocorridas sob o próprio telhado e combiná-las com os eventos sucedidos no entorno – principalmente no tocante aos movimentos realizados pela concorrência – e acima de tudo saber o que fazer com as impressões assimiladas, é uma necessidade crucial para qualquer empresa na atualidade.
Nesta circunstância, é preciso criar mecanismos de Inteligência empresarial para que os elementos informativos de interesse para a organização sejam tratados adequadamente e disseminados por suas vias neurais como subsídios fundamentais à tomada de decisão e fortalecimento de sua estratégia, favorecendo, desse modo, o objetivo em tornar suas ações mais eficazes ao proporcionar a máxima aderência de seus processos aos requisitos da realidade vigente e, finalmente, consolidar sua vantagem competitiva agregando maior valor a seus produtos ou serviços.
Num primeiro momento, todas as atenções se voltarão para a tecnologia como opção natural, quase óbvia, para “dar cabo” de toda esta demanda. Ninguém pode ignorar a importância que os avanços tecnológicos atingiram ao longo do tempo, mas é bom ter em mente que os objetivos não serão alcançados num estalar de dedos, pois a evolução nesse aspecto representa um meio e não um fim em si mesma para que as coisas aconteçam.
Basta considerar que algumas das empresas com longa experiência no que fazem e que ainda hoje são consideradas expoentes em seu campo de atuação, mesmo guardadas as proporções e o contexto da época em que iniciaram suas atividades, não puderam contar com o auxílio de um bit sequer para alcançar suas realizações, posto que isso estaria reservado para o futuro quando lançaram as bases de seus negócios. Ironia ou não, até mesmo gigantes como a IBM precisaram usar mais neurônios que circuitos antes de seus produtos conquistarem a credibilidade que os precede.
Desta perspectiva, portanto, não faz o menor sentido dispor de um artefato tecnológico significativo, que dê conta do recado permitindo o devido tratamento e destinação das informações absorvidas conforme a exploração das propriedades convenientes nelas contidas, se não houver também quem as empregue de maneira adequada gerando resultados efetivos que se convertam em incremento do knowledge corporativo já que, por uma questão de lógica diretamente proporcional, quanto maior o conhecimento, antes de qualquer consideração prática em relação a seu uso, melhor deve ser a habilidade de quem o detém para lidar com a abundância de dados que são gerados por uma infinidade de fontes a cada instante.
Do desafio sobre o que fazer com tanta informação dispersa e aparentemente incompatível entre si, bem como compensar a limitação humana mesmo amparada por alguns métodos tradicionais de mineração, avaliação, compilação ou interpretação de dados, começaram a surgir outros meios de suporte ao conhecimento como o BI, Business Intelligence, e o DW, Data Warehouse, entre vários, cuja finalidade é justamente tornar mais qualificados a obtenção e o emprego dos insumos informativos essenciais para o negócio.
Assim, podemos concluir que o presente perfil organizacional precisa apresentar, não que isso já não ocorra em certo nível, atributos de natureza cognitiva mais intensos, uma exigência do conceito de economia em vigor, que demonstra ter acrescentado a seu vocabulário tradicional, essencialmente baseado na geração de riquezas ou recursos provindos da indústria e do campo, referências marcadas pela relevância no uso da alta tecnologia com o propósito de gerar inovação e conhecimento estratégicos.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/administracao_/inteligencia-empresarial/