Toda empresa com planos para o futuro precisa ter uma perspectiva de longo prazo. Sendo assim, cedo ou tarde, acaba se deparando com a complexa tarefa de realizar uma análise periódica de sua carteira de negócios. Ou seja, há um momento em que surge a responsabilidade de empreender um estudo da evolução que apresentarão seus produtos do ponto de vista da rentabilidade e aceitação dos clientes, se antecipando a possíveis perdas econômicas.
O objetivo desse estudo ou análise é descobrir quais aspectos do negócio necessitam receber maior atenção e que pontos podem ser ignorados, se revelados desvantajosos para a empresa. O propósito fundamental é que a sua posição competitiva em determinada atividade seja representada através de um conjunto de variáveis que manifestem forte correspondência com alguns fatores de êxito internos e externos.
Os métodos tradicionais de análise utilizados com esse intuito são a Matriz GE e a Matriz BCG. Ambas representam as ferramentas estratégicas mais utilizadas quando se faz necessário identificar e avaliar os negócios que a empresa deve implementar ou abandonar.
A Matriz GE surgiu como opção à Matriz BCG. Foi criada nos anos 70 pela parceria entre as empresas General Eletric e Consultora McKinsey com o objetivo de dar suporte à administração de produtos e marcas. Compreende um modelo de análise de negócios muito utilizado por holdings, sociedades controladoras não operacionais que tem seu patrimônio composto de ações de outras companhias, como suporte à tomada de decisão no momento de deliberar onde investir – basicamente, definir qual unidade deve receber mais, menos ou nenhum aporte de investimentos – ou resolver quais produtos ou marcas adicionar ao portfólio.
Em outros termos, por meio de uma necessidade da General Eletric, cuja direção passou a encontrar dificuldades para fundamentar suas decisões relevantes visando configurar sua carteira de negócios com base somente nos extratos obtidos a partir do BCG, foi criado um modelo mais abrangente de planejamento de portfólios alicerçado no fracionamento da organização em unidades de negócio.
A ideia seria trabalhar sobre uma plataforma mais ampla de fatores que pudessem ser transformados em indicadores de atratividade de mercado e de força competitiva. Isso ajudaria a definir entre as tais unidades de negócio quais estariam melhor posicionadas e em condições coerentemente justificáveis de receber investimentos. Em contraparte, exporia as unidades vulneráveis em relação as quais seria conveniente, sob certos aspectos, interromper a alocação de recursos.
A finalidade da Matriz é permitir a construção do perfil de negócios de uma empresa controlada através da análise de seu potencial de atratividade ou nível de competitividade em relação à indústria ou segmento em que atua, oferecendo à controladora condições de decidir sobre a continuidade ou interrupção das aditividades naquele mercado.
O Modelo ressalta as condições externas e as competências da organização, o que acaba gerando subsídios úteis ao planejamento do portfolios de negócios no caso das organizações que atuam em várias áreas de interesse.
Como resultado de sua elaboração, uma das vantagens que se apresentam é a enorme quantidade de informação que pode ser visualizada de uma vez. Todos os quadros podem ser sobrecarregados e a matriz pode ser ampliada para conter todos os produtos sob análise.
Seu gráfico é composto por uma série de círculos, cada um indicando um mercado específico, que pode ser expressado de várias maneiras, tanto como um produto como um espaço geográfico. Assim, por exemplo, poderia ocorrer um círculo para cada um dos produtos ou família de produtos da empresa, além da possibilidade de apontar um círculo para cada região ou país em que os produtos são vendidos.
Os círculos também podem ser distribuídos entre vários gráficos, que podem ser utilizados para assinalar os principais concorrentes do mercado e adaptados a qualquer objetivo de negócio.
Referências bibliográficas:
LEMOS, MARIO LUIZ FREITAS. Um roteiro para a análise da concorrência e da Estratégia Competitiva. REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 14, N. 29, P. 235-276, JUN. 2008. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev2908.pdf>. Acessado em 12/09/2016.