A nomenclatura – Produção Enxuta – é dotada de vários sinônimos: TPS (Toyota Production System ou em português – Sistema Toyota de Produção), Lean Manufacturing, Produção Lean e Lean Thinking. E ainda, segundo o professor Osny Augusto Júnior, algumas organizações acabam por criam uma denominação própria para essa filosofia quando integrada a seu sistema de gestão, como é o caso das gigantes Bosch (BPS – Bosch Production System), Volvo (VPS – Volvo Production System) e HP (Produção com Inventário Zero)
A organização ao render-se à Produção Enxuta, quebra o velho paradigma da produção em massa, pois passa a operar a partir do chamado sistema puxado, ou seja, deixa muitas vezes de utilizar a capacidade máxima de sua planta e começa a produzir em concordância com a demanda do mercado. Logo, a frase “Máquina parada é prejuízo”, a partir da filosofia da Produção Enxuta, passa a ser repensada.
Dentro da literatura administrativa, o termo possui uma vasta gama de definições, entretanto todas estas concernem no sentido de que esta é uma filosofia tende à produção sem desperdício. E, acerca dessa afirmativa, o professor Eudes Luiz Costa Junior relata que a maneira mais eficiente para se atingir alto nível de desempenho é a redução das ineficiências inerentes ao sistema. E dentro de um contexto produtivo, essas ineficiências são conhecidas como os sete desperdícios na produção:
- Superprodução;
- Estoque;
- Espera;
- Transporte;
- Defeitos;
- Movimentação nas operações;
- Processamento.
Dentro dessa filosofia produtiva, de modo geral, os fornecedores entregam lotes racionalizados, o que torna o trabalho fabril mais leve no sentido de não acarretar, por exemplo, grandes estoques. E a respeito da estocagem, essa é uma prática vista como desagregadora de valor ao produto, pois os custos intrínsecos a sua existência quando repassados ao consumidor tornam a empresa menos competitiva.
Além disso, um dos fatores cruciais dentro de todo esse contexto é a da capacitação das equipes de trabalho, pois uma vez que a Produção Enxuta é uma filosofia e não uma ferramenta ou um sistema, as pessoas envolvidas no processo tornam-se as responsáveis pelo sucesso, ou não, das ações.
Por fim, é provado que esse modelo produtivo é capaz de, desde que bem aplicado, reduzir os custos de uma empresa de modo significativos através da redução do set-up*, do lead time**, de despesas referentes à manutenção de equipamentos, da minimização de movimentações e transportes desnecessários e da estocagem mínima.
*Processo de mudança da produção de um item para outro em uma mesma máquina ou equipamento que exija troca de ferramenta e/ou dispositivo.
**Tempo entre o momento de entrada do material até à sua saída do inventário.
Leia também:
Referências:
COSTA JUNIOR, Eudes Luiz. Gestão em processos produtivos. Curitiba: Ibpex, 2008.
OSNY AUGUSTO JUNIOR. Estrutura e métricas seis sigma. Curitiba, 2010.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/administracao_/producao-enxuta/