Em termos de negócios, manter por algum tempo certo nível de exclusividade e distinção no que se faz ou no que se tem a oferecer é um grande desafio.
Isso porque atualmente o mundo se apresenta como uma vitrine descomunal de opções, onde a velha dinâmica entre necessidade, oferta e procura fomenta uma atividade vertiginosa em que novos conhecimentos são gerados e quase imediatamente superados, configurando o ambiente competitivo de natureza permanente a que todas as organizações estão sujeitas.
Entre os participantes de qualquer setor de negócios sempre haverá alguém empenhado em transformar a realidade, disposto a rever as práticas habituais, propor meios mais adequados para se realizar o mesmo ou simplesmente criar novas alternativas na intenção de alcançar uma posição de vantagem ou destaque, apresentando soluções com maior valor agregado em relação ao que existe.
Tais circunstâncias revelam uma face da concorrência onde nem tudo é genuíno, mas, na maioria das vezes, uma variação daquilo que já era conhecido, pois quando uma empresa se sobressai acaba atraindo interessados em emular suas realizações.
Do assédio decorrente dessa situação surge um grande dilema: sucumbir à pressão ou encontrar uma forma de se manter à frente dos concorrentes numa maratona onde os competidores se alternam na liderança, perseguindo uma linha de chegada movediça.
A competitividade é impulsionada por um aspecto da concorrência que privilegia não somente a relação tradicional entre custos e preços, mas o incremento de outras peculiaridades que resultam em franca superioridade, além da fundamental capacidade empresarial de aprender, inovar e se ajustar rapidamente às novas condições do mercado.
Há uma infinidade de considerações a respeito do que significa vantagem competitiva, porém todas convergem para o entendimento de que sua manifestação decorre do exercício, de maneira excepcional, de uma ou mais competências fundamentais do negócio em que a empresa atua, originando um diferencial com alto poder de atratividade em relação ao que é oferecido pelas outras organizações do segmento.
O sucesso mercadológico de uma empresa ou ramo de negócio depende essencialmente da criação de uma vantagem competitiva sustentável de caráter exclusivo, único e imune a prováveis tentativas de reprodução.
Entre os muitos casos exitosos neste sentido, se encontra o da Dell Computers, fábrica de computadores fundada no Estado americano do Texas que se notabilizou pela venda direta de seus produtos, suprimindo todos os canais de distribuição.
Inicialmente Michael Dell, seu criador, sequer possuía conhecimentos técnicos para iniciar o negócio. No entanto, conseguiu resolver o problema desmontando equipamentos para descobrir como funcionavam.
A partir de então, começou a adquirir maquinas ultrapassadas – consta que certa vez comprou a prazo um estoque inteiro de equipamentos encalhados – para depois atualizar seus componentes, discos rígidos, softwares, etc., e vende-los a seus colegas de universidade por preços muito mais em conta que os praticados no comércio comum.
Na atualidade, com a visão voltada para o cliente, após o processo de atendimento pela internet, sua estratégia de produção, logística e distribuição é organizada estritamente conforme a demanda, isto é, a fabricação do produto tem início somente a partir da venda, o que resulta em significativa redução de custos.
Sua cadeia de valor, termo definido por uma sequência de atividades inter-relacionadas que percorrem um caminho variável desde o ponto em que surgem os fornecedores de insumos à produção até a destinação final do produto – sem dúvida um componente decisivo para o estabelecimento da vantagem competitiva –, é consideravelmente fluida, pois assim que um pedido é realizado, uma série de providências conforme especificações previamente fornecidas é desencadeada por meio de um sistema just in time que orienta a montagem do equipamento exatamente como determinado pelo cliente.
Seguindo o curso de algumas tendências, atualmente a empresa demonstra intenção de explorar outros mercados e reproduzir seu já renomado estilo de competição.
Com base neste e outros inúmeros exemplos, é possível concluir que vantagem competitiva representa o âmago da concorrência, pois graças à constante disputa entre as organizações é que despontam alternativas de consumo cada vez melhores e satisfatórias.
Referências bibliográficas:
NACIONES UNIDAS. Conferência de las Naciones Unidas sobre Comércio y Desarrollo. TD/B/COM.2/CLP/30. 23 de mayo de 2002
VENTAJA COMPETITIVA SOSTENIBLE. Disponível em: <http://www.fabrizionoboa.net/pdf/fn003.pdf>. Acessado em 02/08/2016.
DELL. Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/dell-easy-as-dell.html>. Acessado em 04/08/2016
Las claves competitivas de Dell. Disponível em: <https://estrategiasdenegocios.blogspot.com.br/2009/04/las-claves-competitivas-de-dell.html> Acessado em 04/08/2016
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/administracao_/vantagem-competitiva/