No século XVI, o Burundi constituía um reino caracterizado por uma autoridade político-hierárquica e de importante intercâmbio econômico e tributário. Um rei (mwani), à frente de uma aristocracia (ganwa) retinha a maioria das terras, exigindo tributo dos pastores e agricultores locais. Em meados do século XVIII, esta realeza de etnia tutsi consolida sua autoridade sobre a terra, produção e distribuição desenvolvendo o sistema do ubugabire, uma relação patrono-cliente em que a população recebia proteção real em troca de tributo e posse da terra.
Mapa do Burundi. Fonte: CIA.gov [domínio público]
A independência total é alcançada a 1 de julho de 1962. O rei Mwambutsa IV estabeleceu uma monarquia constitucional com um equilíbrio de poder entre as etnias predominantes, os hutus e tutsis. O assassinato do primeiro-ministro hutu em 1965 colocou em movimento uma série de revoltas. Em 1966, o rei Mwambutsa foi deposto por seu filho, o príncipe Ntare IV, que foi deposto no mesmo ano por um golpe militar liderado pelo capitão Michel Micombero, que aboliu a monarquia e declarou a república, instalando um regime militar.
No fim dos anos 80, o país, marcado por golpes de estado, começa a sofrer com as tensões étnicas. O regime militar termina em 1993, mas começa uma violenta guerra civil entre hutus e tutsis, que contamina o vizinho Ruanda, onde ocorrerá uma verdadeira tragédia humanitária em forma de genocídio. Apesar de um frágil acordo de paz alcançado em 2008, Burundi continua a sofrer com as disputas pelo poder e a tensão entre seus dois maiores grupos étnicos.
Bibliografia:
Burundi profile (em inglês) Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-13085067 >. Acesso em: 01 nov. 2012.
Burundi (em inglês) Disponível em: < http://www.state.gov/outofdate/bgn/burundi/196483.htm >. Acesso em: 01 nov. 2012.
Mapa: http://www.vidiani.com/?p=7788