É conhecido como Império do Benim ou Império Edo um antigo estado da África Ocidental que existiu de 1440 a 1897, onde hoje localiza-se a moderna República Federal da Nigéria. A capital do império era a cidade de Benim, fundada em 1180 (existente ainda hoje, contando com 1 milhão e 200 mil habitantes), sendo que a edificação de tal império é creditada ao povo Edo ou Bini. O governante deste estado africano pré-colonial recebia o título de Ogiso (rei do céu), sendo registrado pela história cerca de 36 desses príncipes existentes ao longo de sua história. Eram inicialmente senhores da guerra, e com o tempo foram convertendo-se também em líderes espirituais (obas). A principal língua falada no Império era a língua edo, que subsiste ainda, falada por cerca de 1 milhão de falantes entre a população nigeriana.
Entre 1480 e 1504 o rei estabelece relações comerciais e diplomáticas com Portugal, em meio às explorações do país europeu, que vinha estabelecendo contato com os mais diversos povos do litoral africano, sendo que próximo a Benim os portugueses fundariam o entreposto comercial de Lagos, nome dado em homenagem à cidade ao sul de Portugal, que permaneceu em mãos lusas até quase o fim do século XIX e hoje constitui-se uma das grandes metrópoles mundiais, a cidade de Lagos, na Nigéria.
Benim encontrava-se em plena expansão contando com oitenta léguas de comprimento por quarenta de largura, onde hoje localiza-se boa parte do sul da Nigéria. Lá, os europeus, além dos portugueses, através dos séculos, beneficiaram-se do comércio com este rico estado africano, obtendo em especial bronze, prata, cobre, óleo de palma, marfim, pimenta e produtos têxteis, além do comércio que o Império do Benim realizava no interior do continente, obtendo cobre do Níger, cobre e algodão da área do atual Sudão, bem como cola da região da Guiné. São até hoje famosas as estátuas de bronze do Benim, muitas delas retratando o modo como os locais viam os comerciantes europeus presentes na área, além das peças de joalheria, cabeças e peças para altares em bronze e placas ornadas por relevos. Como tantos outros estados costeiros do continente africano, Benim também beneficiou-se imensamente do comércio de escravos, sendo que ao início do século XVII a comercialização foi restringida pelo monarca apenas a escravas.
A decadência de Benim ocorreria entre os séculos XVIII e XIX, sendo este estado africano finalmente desmantelado em 1897 pelo bombardeamento de uma frota inglesa, sendo que os seus obas (nome que os monarcas de Benim assumiram em detrimento do termo ogiso, procurando exercer uma autoridade mais espiritual no período mais tardio do estado) , monarcas espirituais até hoje retém uma espécie de poder e influência honoríficos, e de caráter regional.
Bibliografia:
Reino de Benim. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-07-11].
Disponível em : http://www.infopedia.pt/$reino-de-benim .
PITTA, Valter . O Reino de Benim. Disponível em: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com/2009/12/o-reino-de-benin.html .Acesso em: 09 jul. 2011.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/africa/imperio-do-benim/