Diante do ritmo acelerado de crescimento populacional, surge um grande desafio: produzir alimentos em quantidade suficiente para suprir a demanda exigida. A maior parte das terras adequadas para a agricultura já é explorada. Por isso, novas técnicas para a produção de alimentos estão sendo desenvolvidas, com o objetivo de atender a demanda alimentar e minimizar os impactos ambientais negativos causados pelo atual modo de produção agrícola. Uma dessas técnicas é a fazenda vertical.
As fazendas verticais são estruturas localizadas nos grandes centros urbanos, destinadas ao plantio de vegetais em camadas verticais. A produção agrícola vertical utiliza meios tecnológicos para a sobreposição de produção na mesma área, ou seja, a produção é intensificada devido ao aproveitamento do espaço aéreo sobre o solo. Em uma fazenda vertical a produção é feita de maneira protegida, na qual todas as variáveis possíveis são controladas, como a iluminação, água, temperatura, nutrientes, etc.
Esse tipo de sistema de produção pode aproveitar uma variedade de espaços, como contêineres e estufas verticais. As estufas verticais devem ser construídas com todo o aparato para controlar o cultivo dos vegetais. Há também o uso espaços fechados, como galpões, fábricas, prédios, etc. A ocupação de edifícios vazios para a produção dos vegetais é o meio mais utilizado.
A primeira fazenda vertical comercial do mundo foi implantada em 2012 em Cingapura, onde foram erguidas 120 torres de alumínio, em um sistema rotativo que garante o recebimento de luz solar, irrigação e nutrientes de forma equilibrada. Outras fazendas verticais estão sendo utilizadas comercialmente na Suíça, no Japão, nos Estados Unidos, na Holanda, no Canadá e na Suécia. No Brasil esse tipo de sistema começou a ser discutido no meio acadêmico recentemente, com o desenvolvimento de alguns experimentos práticos sem cunho comercial.
As vantagens apresentadas pelos que defendem a produção em fazendas verticais são: melhoria da qualidade do ar no ambiente urbano, redução dos impactos negativos às florestas, redução dos custos com logística e transporte da colheita, pois o cultivo de alimentos é feito próximo aos centros consumidores, utilização de espaços abandonados ou sem uso, redução da contaminação do solo causada pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos, independência das condições climáticas, utilização de menor quantidade de água, entre outras.
Por outro lado, algumas desvantagens são apontadas, como o alto consumo de energia usada para a iluminação artificial, aquecimento e outras funções dos edifícios, e o alto custo de implantação e desenvolvimento das atividades. Enfim, esta é uma tecnologia recente que ainda carece de muitas pesquisas.
Referências:
Lucena, L. P. et al. Avaliação multicriterial das fazendas verticais canadenses como modelos sustentáveis de agricultura urbana. RAI – Revista de Administração e Inovação, v.11, n.1, p.181-202, 2014.