Irrigação

Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

Categorias: Agricultura, Sem Categoria
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A irrigação envolve as técnicas, formas ou meios utilizados para fornecer água às plantas artificialmente, com o objetivo de satisfazer as necessidades das plantas e garantir condições ideais para que elas se desenvolvam. A irrigação pode ser realizada por uma simples mangueira de jardim ou por um equipamento de irrigação sofisticado. A aplicação da água através da irrigação deve ser feita da maneira correta, evitando o desperdício e buscando o aumento na produtividade.

A agricultura irrigada se desenvolve em diferentes condições, com diferentes culturas e atendendo a diferentes interesses sociais e econômicos, por isso não existe um único tipo de sistema de irrigação ideal. Para escolher o melhor método devem ser levados em consideração alguns aspectos como o tipo de cultura, as exigências climáticas da cultura, tipo e relevo do solo, qualidade e quantidade de água disponível, clima da região e aspectos socioeconômicos. Os principais métodos de irrigação utilizados são a irrigação por aspersão, por superfície, localizada e subterrânea.

No sistema de aspersão a água é aplicada sobre a folhagem da cultura e sobre o solo, simulando o efeito da chuva. Os sistemas convencionais de aspersão são os que utilizam componentes como motobombas, tubulações e aspersores e podem ser móveis (movimentados manualmente pelo campo) ou fixos. Nos sistemas de aspersão mecanizados os aspersores são montados em estruturas metálicas que se movem ao longo da área por meio de um trator ou de sistemas automatizados. O pivô central se enquadra no sistema mecanizado e é um dos sistemas mais utilizados no Brasil.

Sistema de irrigação em uma plantação. Foto: Alupus / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

A irrigação por superfície, também chamada de irrigação por gravidade, consiste na aplicação e distribuição da água diretamente sobre a superfície do solo. Esse tipo de irrigação pode ser feito através de sulcos que são construídos na superfície do solo ou através da inundação, que consiste na aplicação e acumulação da água sobre a área plantada, como ocorre na cultura do arroz.

Na irrigação localizada a água é colocada no solo em um local específico, sendo aplicada diretamente na área da raiz da plantas. É um sistema muito utilizado para irrigar fruteiras, flores e algumas hortaliças. A irrigação pode ser feita por gotejamento, quando a água é distribuída por uma rede de tubos e aplicada através de pequenos emissores chamados de gotejadores, ou por microaspersão, quando são utilizados emissores chamados de microaspersores ou sprays que aplicam a água na forma de jatos ou aerosol.

Na irrigação de subsuperfície ou subterrânea a água é aplicada abaixo da superfície do solo, diretamente nas raízes das culturas. A água pode ser aplicada através de gotejamento subterrâneo, quando as linhas de gotejamento são enterradas no solo. Outra forma é através da elevação do lençol freático, uma técnica utilizada quando existe a ocorrência de camadas de impedimento subsuperficiais, permitindo a saturação do perfil do solo. O lençol freático é controlado e mantido próximo às raízes das plantas. Esse método de irrigação tem sido empregado no projeto Rio Formoso (Tocantins) na produção de soja, feijão e melancia.

Cada método apresenta vantagens e desvantagens, cabe ao produtor rural analisar e optar pelo método que melhor atende suas demandas. A utilização de técnicas de irrigação gera diversos benefícios, como a garantia de produção, redução dos riscos de quebra da safra pela falta de água, aumento da qualidade do produto final, criação de empregos, aumento da renda do produtor, promove o uso eficiente da água e reduz os custos com água e energia. Para que esses benefícios sejam atingidos é importante o correto manejo da irrigação, ou seja, a aplicação da água não deve ser feita em excesso ou em déficit.

A participação da irrigação no Brasil ainda é baixa, mas tem apresentado um rápido crescimento nos últimos anos. As áreas de agricultura irrigada correspondem a cerca de 20% da área total cultivada no país e produzem mais de 40% dos alimentos, evidenciando a importância desse método.

Referências Bibliográficas:

Testezlaf, R. Irrigação: Métodos, Sistemas e Aplicações. 1. ed. Campinas, SP: Faculdade de Engenharia Agrícola/UNICAMP 2017. 215p.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Irrigação: gestão e manejo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2019.

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