Por Débora Carvalho Meldau
Cada glândula mamária é formada por 15 a 25 lóbulos de glândulas túbulo-alveolares compostas, cuja função é secretar leite para nutrir os recém-nascidos. Cada lóbulo, separado dos vizinhos por um tecido conjuntivo denso e muito tecido adiposo, é na verdade uma glândula individualizada com seu próprio ducto excretor, denominado ducto galactóforo. Esses ductos medem, aproximadamente, 2 a 4,5 centímetros de comprimento e emergem independentemente no mamilo, que possui de 15 a 25 aberturas, cada uma com cerca de 15 milímetros de diâmetro.
Antes da puberdade, as glândulas mamárias são formadas por porções dilatadas, os seios galactóforos, e diversas ramificações destes seios, os ductos galactóforos. O desenvolvimento das glândulas mamárias em meninas durante a puberdade faz parte das características sexuais secundárias. Durante este período, as mamas aumentam de tamanho e desenvolvem um mamilo proeminente. Já nos meninos, as mamas permanecem normalmente achatadas.
O aumento das mamas no período da puberdade se deve ao acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de um determinado crescimento e ramificação dos ductos galactóforos. A proliferação desses ductos e o acúmulo de gordura resultam do aumento da quantidade de estrógenos circulantes durante a puberdade.
Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula (o lóbulo) se desenvolve a partir das extremidades dos menores ductos. Um lóbulo é formado por diversos ductos intralobulares que se unem em um ducto interlobular terminal. Cada lóbulo encontra-se imerso em um tecido conjuntivo intralobular frouxo e altamente celularizado, sendo que o tecido conjuntivo interlobular que separa os lóbulos é mais denso e possui menor quantidade de células.
Perto da abertura do mamilo, os ductos galactóforos encontram-se dilatados para dar origem aos seios galactóforos. As aberturas externas dos ductos galactóforos são revestidas por epitélio pavimentoso estratificado. Este epitélio, por sua vez, transforma-se bruscamente em colunar estratificado ou cubóide nos ductos galactóforos. O revestimento dos ductos galactóforos e ductos interlobulares terminais é formado por epitélio cubóide simples, envolvido por células mioepiteliais.
O tecido conjuntivo próximo aos alvéolos possui muitos linfócitos e plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta significativamente no final da gravidez, sendo eles responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (IgA secretora), que confere imunidade passiva ao recém-nascido.
A estrutura histológica da glândula mamária é ligeiramente alterada durante o ciclo menstrual. Estas mudanças coincidem com o período no qual o estrógeno circulante encontra-se no seu pico. A maior hidratação do tecido conjuntivo na fase pré-menstrual produz aumento da mama.
O mamilo possui formato cônico e pode ser de coloração rósea, marrom claro ou marrom escuro. Externamente é coberto por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado contínuo com o da pele adjacente. A pele ao redor do mamilo forma a auréola. Sua cor escurece durante a gestação, como resultado do acúmulo local de melanina, e após o parto pode ficar de cor mais clara, mas quase nunca retorna à sua tonalidade original. O epitélio do mamilo encontra-se sobre uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras musculares lisas. Estas fibras estão dispostas circularmente ao redor dos ductos galactóforos mais profundos e paralelamente a eles quando estes entram no mamilo. Este possui muitas terminações nervosas sensoriais.
Durante a gravidez, as glândulas mamárias sofrem intenso crescimento, devido à ação sinérgica de diferentes hormônios, especialmente, estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio placentário humano. Uma das ações desses hormônios é o desenvolvimento de alvéolos nas extremidades dos ductos interlobulares terminais.
Os alvéolos são conjuntos esféricos de células epiteliais secretoras de leite durante o período de lactação. Algumas gotículas de gordura e vacúolos secretores limitados por membrana contendo diversos agregados de proteínas e leite, estão presentes no citoplasma apical das células alveolares. O número de vacúolos secretores e de gotículas de gordura aumenta consideravelmente na lactação. Durante esse período, a quantidade de tecido conjuntivo e adiposo diminui consideravelmente em relação ao parênquima.
Durante a lactação o leite é produzido pelas células epiteliais dos alvéolos e se acumula no lúmen dessas estruturas e, também, dentro dos ductos galactóforos. As células secretoras mudam de formato, passando a se apresentarem cubóides, pequenas e baixas, com gotículas esféricas de diferentes tamanhos dentro de seu citoplasma que contêm triglicerídeos principalmente neutros. Essas gotículas de lipídios são liberadas para o lúmen e constituem aproximadamente 4% da composição do leite.
Além dessas gotículas existem, na porção apical das células secretoras, muitos vacúolos limitados por membrana que contém caseína e outras proteínas do leite, constituindo aproximadamente 1,5% do leite humano. Lactose (açúcar do leite) é sintetizada a partir de glicose e galactose, constituindo cerca de 7% do leite humano.
Quando o período de amamentação acaba, grande parte dos alvéolos desenvolvidos durante a gestação degeneram e sofrem apoptose. Células inteiras são liberadas na luz dos alvéolos e seus restos são retirados por macrófagos.
Após o período de menopausa, a involução das glândulas mamárias caracteriza-se por uma diminuição de seu tamanho e atrofia das porções secretoras e, até certo ponto, dos ductos.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Glândula_mamária
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10° Ed), 2004.