As salamandras são anfíbios da Ordem Urodela ou Caudata, representada por 620 espécies descritas e dentre as quais cinco (Bolitoglossa altamazonica, Bolitoglossa paraensis, Bolitoglossa caldwellae, Bolitoglossa madeira e Bolitoglossa tapajonica) são encontradas na Amazônia, no Brasil e todas pertencem à família Plethodontidae. Os urodelos têm corpo alongado, não possuem escamas, têm quatro patas e a maioria tem cauda longa. A capacidade de regerar a cauda é um mecanismo de espace ao predador, uma vez que, parte da cauda se desprende, distraindo o predador potencial e, enquanto isso, a salamandra tem chance de fugir.
Devido a grande diversidade de espécies, as salamandras também ocupam uma grande diversidade de habitats, com espécies que são terrestres, espécies aquáticas e outras semiaquáticas. O padrão locomotor aparentemente é um aspecto conservativo do ancestral dos tetrápodes, ou seja, ondulações laterais combinadas com movimentos das patas. A pedomorfose, ou seja, a retenção de caracteres larvais, em salamandras sexualmente maduras, é difundida entre as salamandras e várias famílias de salamandras aquáticas são constituídas exclusivamente por formas pedomórficas. Algumas características retidas nos adultos incluem padrões larvais de dentes e ossos, ausência de pálpebras, retenção de um sistema de linha lateral funcional e, em alguns casos, retenção de brânquias externas.
O tamanho corporal destes anfíbios pode variar, sendo o menor registrado, até o momento, o da espécie Thorius Salamanders com quatro centímetros de comprimento, encontrada no México. Por outro lado, as maiores espécies de salamandras são encontradas no Japão e na China, ambas do gênero Andrias que atingem um metro ou mais de comprimento. Várias espécies de Urodela adaptaram-se à vida em cavernas. A salamandra-cega-do-texas, Typhlomolge, é uma habitante de cavernas altamente especializada — cega, despigmentada, com brânquias externas, patas extremamente longas e um focinho achatado que ela usa para explorar sob os fragmentos de pedra em busca de alimento. A temperatura e umidade constantes tornam as cavernas habitats adequados às salamandras e seu alimento consiste em invertebrados cavernícolas.
A dieta é carnívora, geralmente composta por invertebrados. O tamanho da cabeça é importante na determinação do tamanho máximo da presa que pode ser capturada, e espécies simpátricas (que vivem no mesmo ambiente) de salamandras frequentemente apresentam tamanhos de cabeça marcadamente diferentes, sugerindo que se trata de uma característica que reduz a competição por comida. As salamandras encontram suas presas pela combinação da olfação com a visão.
No período reprodutivo, as fêmeas exalam um odor característico que nada mais é que uma forma de atrair os machos para o acasalamento. As fêmeas podem colocar entre 18 e 30 ovos, sendo que, as aquáticas e semiaquáticas põem os ovos em rios ou em lagos, enquanto as terrestres depositam em lugares úmidos na floresta, como debaixo de troncos caídos no chão. Algumas salamandras, como por exemplo, a salamandra-toupeira (gênero Ambystoma), apresentam larvas aquáticas que perdem as brânquias durante a metamorfose. Por outro lado, as salamandras da família Plethodontidae, como a salamandra-viscosa (Plethodon glutinosus), incluem espécies nas quais os filhotes saem do ovo como miniaturas do adulto e, não passam por um estágio larval aquático.
Referências Bibliográficas:
CURIOSIDADES. Tudo sobre a Salamandra: Nem lagarto, nem lagartixa. Revista Recreio, publicado em 20 de março, 2017. <http://recreio.uol.com.br/noticias/curiosidades/tudo-sobre-a-salamandra.phtml#.WSyrlsa1vIU>
Fontanetto, Renata. Salamandras Amazônicas: Descobertas três espécies que habitam a região Norte do país. Ciência Hoje, publicado em 10 de setembro, 2013. <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/salamandras-amazonicas/>
Magno V. Segalla, Ulisses Caramaschi, Carlos Alberto Gonçalves Cruz, Taran Grant, Célio F.B. Haddad, Paulo Christiano de Anchietta Garcia, Bianca V.M. Berneck, José A. Langone. 2016. Brazilian Amphibians: List of Species. Versão 2015.2. Disponível em <http://www.sbherpetologia.org.br/> Sociedade Brasileira de Herpetologia.
Pough, F. Harvey, Heiser, Jhon B.; Janis, Christine M. 2008. A vida dos vertebrados. São Paulo, Atheneu. 684p.