O pastor-alemão, chamado de “pastor-ovelheiro” em alguns países latino-americanos de idioma espanhol ou lobo-da-alsácia (devido a sua grande semelhança com o lobo), é uma raça muito jovem, que conta com aproximadamente 120 anos de existência.
Até 1895, ninguém havia se disposto a agrupar uma série de cães pastores para, através de cruzamentos sucessivos, obter um indivíduo que reunisse as melhores qualidades daquela diversidade de exemplares. Partindo de uma série de indivíduos com acentuadas diferenças morfológicas, ditadas por suas distintas procedências regionais, foram sendo selecionados os cães de pastoreio que reunissem características básicas comuns a todos eles.
Dentro dessa seleção inicial, os cães de pastoreio que configuraram o atual pastor-alemão foram principalmente os antigos pastores de Württemberg e da Turíngia, raças hoje extintas. É provável que antigas raças de pastores-alemães de Hesse e da Baviera também tenham contribuído, com menor influência.
A criação do pastor-alemão iniciou-se em sua terra natal e manteve-se restrita a ela durante alguns anos. Até o término da Primeira Guerra Mundial, a raça não havia iniciado sua expansão, permanecendo dentro das fronteiras locais. Já no decorrer da guerra, porém, os pastores-alemães davam mostras de seu valor e inteligência, despertando admiração nas tropas inimigas. Por isso, ao final do conflito, os soldados aliados recolheram alguns exemplares e, ao regressarem, levaram-nos até seus países de origem (principalmente Grã-Betanha e Estados Unidos).
Essa raça, quando bem controlada, revela-se uma das mais valiosas colaboradoras do homem em todas as missões que lhe são designadas.
O estudo, a evolução e o desenvolvimento das características dessa raça iniciaram-se em 1899 e, até sua consolidação definitiva, em 1961, não foram feitas inovações que alterassem substancialmente as normas originais, quanto ao seu padrão racial. Este animal é de porte médio, com corpo ligeiramente alongado, forte e musculoso; tem caráter vivo e alerta e sentidos extremamente desenvolvidos.
A masculinidade do macho e a feminilidade da fêmea dessa raça precisam estar claramente diferenciadas. A pelagem espessa deve assegurar ao animal uma boa proteção diante das inclemências do tempo. Esta raça precisa transmitir uma imagem evidente de força, robustez e inteligência viva, dando a impressão de possuir capacidade de vigilância e observação; deverá mover-se e revolver-se com desenvoltura e graça naturais, e estar sempre disposto a um deslocamento ágil e rápido.
Resistência nervosa, atenção firme, incorruptibilidade, intrepidez, fidelidade e coragem são as qualidades essenciais de um pastor-alemão de raça pura. Essas notáveis características fazem dele um cão ideal para trabalho, guarda, companhia, defesa, condução de rebanho e outras finalidades.
Sua capacidade olfativa, quando marcha trotando, mantendo sempre o nariz rente ao solo, permite-lhe adaptar-se muito bem a todos os trabalhos de busca e acompanhamento de pistas.
A cabeça deve apresentar-se perfeitamente proporcional ao porte do animal; deve ter um aspecto geral mais para o seco e, ao mesmo tempo, moderadamente larga entre as orelhas. O focinho, muito forte, deve apresentar de perfil uma forma de cunha de linhas precisas; os lábios têm de mostrar-se esticados, bem fechados e finos. Possui dentes muito fortes e a arcada dentária deve ser completa (20 peças no maxilar superior e 22 peças no maxilar inferior). As orelhas precisam ter tamanho médio e ser largas na base, terminando em ponta bem afilada. Os olhos têm de ser grandes e amendoados, sem saltar das órbitas, e devem posicionar-se obliquamente em relação ao outro.
O corpo deve mostrar comprimento superior à altura medida a partir da cernelha. O peito precisa ser profundo e não excessivamente largo. O ideal é que meça entre 45 a 48% da altura do animal. As costelas, longas e de boa conformação, não devem mostrar-se nem muito planas e nem abauladas em forma de tonel; precisam seguir até o externo, situado na altura dos cotovelos. O ventre deve aparecer moderadamente recolhido; o dorso reto e robustamente desenvolvido, mas não muito comprido.
A cauda ideal apresenta pêlo comprido e espesso. Seu comprimento deve ultrapassar o jarrete, no entanto, ir além da metade do metatarso.
As cores admitidas são: negro, cinza-ferro, avermelhado e pardo, apresentando coloração uniforme ou com predomínio de alguma das citadas cores; às quais se acrescentarão manchas que pode ir desde o vermelho-tostado ao amarelo ou cinza-claro. Embora não desejáveis, são admissíveis pequenas manchas brancas no peito e nas patas. Independente da cor do animal, o espelho nasal deve ser sempre preto. Seu pêlo é espesso, compacto e duro, sendo bastante curto na cabeça, no interior das orelhas e sobre a parte frontal dos membros anteriores e posteriores, assim como sobre os dedos. É mais comprido e duro no pescoço, e ainda mais longo na parte posterior dos membros dianteiros e traseiros, até os pulsos e os jarretes, respectivamente.
São considerados defeitos todas as irregularidades que, de algum modo, dificultem a aptidão normal para a resistência e o rendimento no trabalho. Dentre essas irregularidades estão:
- Fragilidade nervosa;
- Superexcitação;
- Atitudes de indiferença;
- Medo;
- Falta de vitalidade;
- Monorquidismo e criptorquidismo;
- Constituição linfática pesada;
- Acentuada despigmentação;
- Albinismo;
- Exemplares totalmente brancos, mesmo que tenham espelho nasal preto;
- Membros excessivamente retos;
- Dorso frouxo;
- Focinho muito curto;
- Focinho alongado, mas com extremidade exagerada, denominado debilidade;
- Dentadura débil ou deteriorada;
- Pêlo muito espesso ou curto demais;
- Pés excessivamente separados ou peludos;
- Orelhas caídas, mal implantadas ou cortadas.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastor-alemão
http://www.pastoralemao.com/index.php
Enciclopédia Globo de Cães 1 – Editora Globo, 1987.