Os povos caçadores e coletores da África Central conhecidos como pigmeus vivem nas florestas tropicais da África Central e se dividem em vários grupos étnicos: Os Baka, que vivem no Camarões, Gabão e Congo; Os Bakola-Bagyeli que vivem no Camarões e Guiné-Equatorial; Os Bedzan dos Camarões; Os Bakoya do Gabão; Os Aka da República Centro-Africana. Os aspectos gerais desses povos semi-sedentários que varia entre si, principalmente na parte cultural, tipo de arquitetura, os rituais, as músicas e as danças. Porém os grupos étnicos desenvolvem variadas atividades como: a tecelagem com vibra vegetal (cestos e esteiras); a caça com arcos, bestas e armadilhas; a pesca com redes e pirogas e em barragens de pequenos rios; o preparo de alimentos à base de mandioca, de banana, de amendoim, de óleo de palma, de milho, de inhame, de mel, de cogumelos, de cupins, de lagartas, de peixes; a agricultura é de subsistência com o método de corte e queima do plantio.
Em África as menções mais antigas sobre os Pigmeus são encontradas no Antigo Egito, na sexta dinastia egípcia, entre os séculos XXIII e XXII a.C, no texto de uma carta do faraó Pepi II que agradece Herkhuf por ter apresentado um anão chamado Deng. Em relatos orais dos Mongo, da República Democrática do Congo, Nsong-a-Lianja, fala sobre o povoamento do vale do rio Congo e dizia que os pigmeus viviam nas florestas equatoriais e ao norte da floresta tropical, mas foram em direção ao centro da floresta devido a chegada de indivíduos de alta estatura que falavam a língua banto. É possível encontrar esses mesmos relatos orais em outras populações banto. Muitos estudiosos dos povos africanos da antiguidade, ao estudarem gênero de vida e a língua, apontam que os Pigmeus, junto com os San da savana e os Kwadi de Angola, sejam um dos remanescentes das populações humanas mais antigas.
A origem do nome Pigmeu vem das referências da mitologia e da oralidade e vem da palavra grega Pygmaîos (do latim Pygmaeus) que significa literalmente “um côvodo de altura”. Côvodo é uma medida de comprimento usada por várias civilizações antigas que equivale a 66 centímetros. O poeta grego Homero foi o primeiro a citar o termo pigmeu, na Ilíada. No século XIX, durante o colonialismo Europeu na África Central, exploradores europeus encontraram com esses povos africanos da floresta tropical, e as suas particularidades vinculadas a estatura pequena chamou muito a atenção deles, ao ponto de associar com a lenda da antiguidade. Esta atribuição, mesmo que aceita, é arbitrária e etnocêntrica, pois os povos caçadores e coletores da África Central não tem relação com nome grego de "pigmeus".
As referências a esses caçadores-coletores da floresta tropical africana (assim como qualquer outra sociedade e/ou povo) é sempre preferível usar o nome pelo qual eles se autodenominam (Baka , Bakola, etc.). Entre os vários grupos étnicos existem várias diferenças (principalmente as linguísticas) estes grupos são caracterizados por traços culturais e físicos que são muito homogêneos e se distinguem dos os outros povos da África Central, e que não existe um termo alternativo para "Pigmeus", que pode efetivamente indicar todos eles. Decidiu-se, portanto, usar livremente o termo neste texto e em outras bibliografias, por esse e outros motivos (incluindo sua difusão universal), mas é de extrema importância sempre ter em mente que este termo vem de uma palavra não nativa, e sim uma palavra colonial que se utiliza da cultura eurocêntrica para definir estas e outras populações.
Referências:
DEVIN, L. http://www.pygmies.org/. PYGMIES · ORG - AFRICAN PYGMIES, 1998-2014.
OLDEROGGE, D. Migrações e diferenciações étnicas e linguísticas. In: KI-ZERBO, J. História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África. Brasília: UNESCO, v. I, 2010. Cap. 11, p. 992.