O termo cinético caracteriza tudo o que está relacionado a movimento. Portanto, Arte Cinética é uma corrente das artes visuais que trabalha com o movimento real ou ilusório em suas obras. Ela foi estabelecida em 1955 com uma exposição de um grupo de artistas em Paris denominada “Le Mouvement”, o movimento. As obras expostas traziam o movimento físico, seja ele iniciado pelo toque ou pelo ar.
A discussão principal que envolvia a mobilidade de suas obras trazia temas que refletiam sobre a presença do tempo como elemento artístico, a relação entre industrialização, tecnologia e arte, além de explorar novas perspectivas de apreciação do objeto artístico.
Os mobiles e as esculturas mecanizadas são peças artísticas características da Arte Cinética. Ademais, a Op Art surge como uma sub categoria da corrente artística, uma vez que trabalha com o movimento, porém, de forma ilusória.
Apesar da década de 50 ser o marco inicial da corrente artística, em 1910 já é possível ver os indícios da Arte Cinética em artistas construtivistas e dadaístas.
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Influências do Construtivismo
A Arte Construtivista traz como princípio o rompimento com o tradicionalismo e o diálogo com as novas tecnologias e indústrias do Pós Primeira Guerra. Isso é visto em suas obras a partir dos elementos abstratos, geométricos e tridimensionais.
A Arte Cinética influenciada por essa corrente ressignifica o abstracionismo envolvendo o movimento mecânico ou natural em suas obras. Os artistas Naum Gabo com a obra “Kinetic Constrution” (1920) e László Moholy-Nagy com a obra “Light-Space Modulator” (1930) são exemplos construtivistas.
Influências do Dadaísmo
A influência do Dadaísmo na Arte Cinética vem com a mudança de perspectiva sobre quem dá sentido ao movimento e à obra. Ao invés do artista pré-determinar o caminho da fruição, ele apenas cria o mecanismo móvel e a percepção, bem como a subjetividade, cabe ao expectador.
Além disso, a dúvida acerca da presença da tecnologia como propulsora do crescimento cultural da época passa a compor a temática de artistas influenciados pelo Dadaísmo. Por exemplo, Jean Tinguely expressa esse princípio claramente com a sua obra “Homage to New York” (1960), o qual projetou um mecanismo que se auto incendia, se desintegrando em som e luz.
Principais Características
- Ruptura com a obra estática e figurativa;
- Presença do movimento natural, mecanizado ou ilusório;
- Nova perspectiva na apreciação das obras;
- Influência do Construtivismo e Dadaísmo;
- Objetos artísticos tridimensionais;
- Temáticas que discutem arte, tecnologia e mecanização;
Móbile
Móbile é um tipo de escultura revolucionada pela Arte Cinética. Ele é composto por estruturas leves e delicadas suspensas no ar que se movem de acordo com o fluxo do vento, de forma natural. O criador desse tipo de obra foi Alexandre Calder, um artista de influência dadaísta que se interessava por temáticas que envolvem a mudança, a imprevisibilidade e a abstração biomórfica.
“Arc of Petals” (1941), traduzido para o português como Arco de Pétalas, foi a obra que tornou Calder famoso. Ela consiste em uma espécie de árvore suspensa e invertida, a qual o movimento é natural, irregular e imprevisível. Ademais, o artista, nessa obra, brinca com a perspectiva do expectador na dicotomia leve-pesado.
Esculturas Mecanizadas e Cinéticas
As esculturas mecanizadas integram arte e tecnologia. Dessa forma, por um lado exemplificam a integração da arte no cotidiano da sociedade do futuro ao abraçar a tecnologia na criação artística. Todavia, por outro, criticam a escravidão que a ciência e o capitalismo geram na humanidade.
Já as esculturas cinéticas trabalham com elementos que indicam a mobilidade de forma que ela é real ou apenas uma ilusão. Um exemplo é a obra “Kinectic Objetic” (1968) de Abraham Palatnik que, apesar de estática, dá a ideia de movimento.
Op Art
A Op Art é uma subcategoria da Arte Cinética onde o artista utiliza da ciência para criar peças que distorcem a visão do expectador, causando a sensação de movimento. Victor Vasarely com a obra “Vega III” (1957) e Bridget Riley com a obra “Blaze” (1964) são alguns exemplos.
Referências Bibliográficas:
LAART. Escultura Cinética. Disponível em: <https://laart.art.br/blog/escultura-cinetica/>. Acesso em: 19 dez. 2021.
TATE. Mobile. Disponível em: <https://www.tate.org.uk/art/art-terms/m/mobile>. Acesso em: 19 dez. 2021.
TATE. Kinetic Art. Disponível em: < https://www.tate.org.uk/art/art-terms/k/kinetic-art>. Acesso em: 19 dez. 2021.
THE ART STORY. Kinetic Art. Disponível em: <https://www.theartstory.org/movement/kinetic-art/#nav>. Acesso em: 19 dez. 2021.