Dentro do processo de harmonização das cores, uma das possibilidades é a união complementar. Esse tipo de combinação acontece quando uma cor primária é relacionada com uma cor secundária, isto é, a cor que está em oposição a posição desta cor primária no círculo cromático.
Por exemplo, o amarelo, o azul e o vermelho são cores primárias, enquanto o roxo, o laranja e o verde são secundárias. Dessa forma, para criar uma harmonia de cores complementares, une-se o amarelo com o roxo, o azul e o laranja, e, por fim, o vermelho com o verde.
Uma explicação para a harmonia complementar reside na física, uma vez que nossos olhos, aos serem estimulados para a percepção de uma determinada cor, os cones ópticos rapidamente “buscam” a sua cor complementar. A experiência de olha fixamente para uma cor por um tempo e logo após olhar para a superfície branca e ver sua cor complementar ilustra a comprovação científica.
As cores complementares são contrastantes podendo gerar um resultado equilibrado ou desconfortante quando é utilizado proporções erradas. Os contrastes destacam, colaboram com a memorização dos detalhes e na distinção de agrupamentos. Além disso, eles sugerem profundidade, distância e tridimensionalidade.
Características
Intensificação e neutralização mútua, além de relação de luz e sombra são características marcantes da relação entre cores complementares.
A intensificação mútua garante que as cores complementares, uma vez colocadas lado a lado têm uma aparência mais viva. Já a neutralidade entre o par complementar reside no fato de que ao misturar duas cores complementares, o resultado será o preto.
Além disso, os reflexos de luz em uma pintura, por exemplo, não necessariamente precisam ser feitos com a cor branca. Ao usar uma cor complementar do objeto representado, cria-se uma atmosfera mais vibrante. Ao mesmo tempo, ao pintar cores quentes e vivas contra um fundo de cor complementar, de tom mais baixo, ou o oposto, os elementos retratados geram uma projeção, uma possível sombra.
Cores Complementares em Obras de Arte
Os pintores figurativos em geral usam as cores complementares apenas para acentuar as outras cores da paleta do quadro. Criando assim, um equilíbrio na obra final.
Os pintores impressionistas também são grandes referências quando o assunto é o uso de cores contrastantes.
Na obra “The Red Boats at Argenteuil” (1875) de Claude Monet é possível ver como as cores complementares ficam mais vibrantes quando colocadas lado a lado. Nela os barcos vermelho-alaranjados e seus reflexos contrastam com as algas verdes brilhantes.
Já na obra “The Blue Veil” (1898) de Edmund Charles Tarbell, o contraste do roxo com o amarelo é marcado pela suavidade e a transparência sugestiva do véu.
Leia também:
Referências Bibliográficas:
CORES LOVERS. Como usar cor como um artista. Disponível em: <https://renatogosling.com.br/2020/11/25/o-que-sao-cores-complementares-e-como-funcionam/ > Acesso em: 04 mar. 2022
RENATO GOSLING. O Que São Cores Complementares e Como Funcionam. Disponível em: <https://renatogosling.com.br/2020/11/25/o-que-sao-cores-complementares-e-como-funcionam/ > Acesso em: 04 mar. 2022
SIGNIFICADOS. Cores Complementares. Disponível em: <https://renatogosling.com.br/2020/11/25/o-que-sao-cores-complementares-e-como-funcionam/ > Acesso em: 04 mar. 2022
UNICAMP.Luz e Cor. Disponível em: <https://hosting.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Cor/luz_e_cor_.pdf > Acesso em: 04 mar. 2022
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/cores-complementares/