A palavra drama é relativa dentro do universo teatral, podendo significar tanto o gênero quanto o próprio conflito da ação cênica, sendo utilizada para indicar ações conflitantes numa obra teatral ou na literatura. O drama tem a sua origem no Séc. V a.C., na Grécia, onde aparecem as relações entre os personagens, com seus conflitos, e sem a necessidade de interferência do narrador para que a ação dramática seja compreendida pelo público. Os personagens nesse período são autonarrativos em seus diálogos e atitudes. A poética aristotélica classifica o drama como categoria literária, ao lado do lírico e do épico. As tragédias gregas são exemplos de dramas que chegam, ainda hoje, com toda a sua dramaticidade, por sobreposições de conflitos. A maioria das tragédias gregas possui um narrador, porém o foco central do drama são os diálogos travados entre os personagens, e os problemas que precisam ser resolvidos no tempo e espaço definido pelo autor da obra, o dramaturgo. A dramaturgia é a arte ou ciência da construção teatral, envolvendo personagem(ns), o contexto da ação, e o conflito teatral, ou melhor, a ação dramática.
O drama litúrgico foi o marco do teatro na Idade Média, período que a igreja não aceitava em suas propriedades, as artes de caráter profano. Este drama medieval era apresentado como parte dos serviços religiosos para divulgar a moralidade e os mistérios da religião dominante. Mas na Idade Média os menestréis também desenvolveram sua arte de múltiplas habilidades, onde a ação dramática era parte integrante dos espetáculos de rua.
Com as novas descobertas, no Renascimento, o homem passa ser o centro de todas as coisas, e a monarquia começa a exigir um teatro que venha enaltecer a nobreza. Então surge o drama histórico, que pretende colocar em cena os heróis segundo as encomendas dos monarcas e da nobreza, com destaque àqueles bem sucedidos em guerras e batalhas. A exemplo deste drama temos “Ricardo III” e “Henrique V”, obras de Shakespeare.
Na França do Séc. XVIII surgiu um novo gênero de teatro, o drama burguês, no qual se pretendia unir as linguagens próprias da tragédia e da comédia. A proposta mais conhecida nas teorias do teatro é a de Denis Diderot, que em seus discursos sobre o teatro daquele momento, dizia que seria necessária a produção de uma estética que expressasse a realidade contemporânea da época, a criação de personagens que produzissem um elo de identificação com o cidadão comum, para que desta forma a ação dramática fosse interessante para este espectador. Seu sonho seria colocar o drama burguês no lugar da tragédia resgatada no Renascimento. Do drama burguês surge o melodrama, que inicialmente buscava expressar elementos da tragédia, inserindo música e a própria ação dramática, muito similar a ópera por possuir esses elementos. O melodrama caracteriza-se pelo forte apelo emocional, e entra o Séc. XX, com maior ênfase no sofrimento, sentimentalismo e tudo que possibilita impressionar e comover o espectador. Hoje ainda é forte o uso do melodrama no palco e nas diferentes mídias de entretenimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática, 2000.
ROUBINE, Jean-Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
VASCONCELOS, Luiz Paulo da Silva. Dicionário de teatro. Porto Alegre: L&PM, 2001.