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A Arte e a História
A definição do que é Arte não é uma discussão recente e mesmo assim ainda não há uma definição específica, uma vez que o conceito varia de acordo com períodos históricos e grupos socioculturais.
O que um determinado grupo caracteriza como arte não necessariamente será aceito por outro, pois os valores, princípios e critérios se diferenciam. Além disso, até mesmo em um mesmo período ou cultura, diferentes pontos de vistas acerca da definição podem existir.
Apesar da subjetividade que a arte carrega, o estudo da arte ao longo de toda trajetória humana é considerado uma ciência que estuda os movimentos artísticos, as modificações estéticas, as obras de arte e seus diversos artistas.
Ao acompanhar o desenvolvimento da humanidade a partir de uma perspectiva social, política e religiosa, diferentes culturas e suas manifestações foram, são e ainda serão sempre analisadas e estudadas. É um processo contínuo, pois constantemente culturas e povos sofrem transformações.
É possível olhar para a linha histórica da arte a partir de diversos critérios, dividindo o tempo em períodos, escolas, tendências, estilos ou até mesmo analisando os movimentos artísticos.
O Movimento Artístico
O movimento artístico é a marca da arte no século XX. Pode ser definido como um pensamento comum de um grupo de artistas acerca do que é arte, como fazê-la e o impacto que querem na sociedade.
Os movimentos geralmente têm data de início clara, normalmente através de manifestos e/ou exposições artísticas. Entretanto, não necessariamente têm uma data específica de finalização. As transformações vêm, os pensamentos mudam, e o que antes era uma inquietação, um motor artístico, se esvai e se ressignifica.
Na história da arte, por uma perspectiva eurocêntrica, os movimentos têm o seu auge durante a era moderna onde a coletividade e os impactos das grandes guerras foram motores para que os artistas se unisse e ressignificassem o conceito da arte tradicional e religiosa vigente até então. Todavia, durante o período da arte contemporânea, no qual o individualismo e a diversidade são valorizados, os movimentos artísticos encaram o seu declínio e posteriormente seu desaparecimento.
O Conceito de Vanguarda
Uma das características dos movimentos artísticos é que cada um deles tende a influenciar de alguma forma os movimentos sucessores. Seja como fonte de negação ou como base para desenvolvimento e aprofundamento de conceitos, posicionamentos e estéticas.
Além disso, apesar das diferenças, um alvo comum dos movimentos é o questionamento da estética tradicional da arte europeia que vigora no período.
A essa influência em cadeia com um objetivo comum dá se o nome de Vanguarda. Originariamente francês, o termo “avant-guardé” é um conceito que designa um destacamento militar, isto é, é um grupo de soldados que avança à frente da guarda ou do batalhão durante o combate. São aqueles que abrem caminhos para que a outra parte da tropa possa atacar.
Na perspectiva artística, os movimentos artísticos vanguardistas, são os primeiros movimentos que levantam questionamentos acerca da forma de se fazer arte vigente. Eles estão à frente na luta contra uma visão tradicional de arte, questionando princípios e levantando novas possibilidades do conceito de arte.
O Vanguardismo na Prática
Ao analisar alguns movimentos do século XX é possível ver claramente o conceito de vanguardismo nas relações entre Impressionismo, Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo.
O Impressionismo, apesar de ter acontecido ainda no século XIX, é considerado como o primeiro movimento artístico da história. Seus percussores franceses, Cézanne, Renoir e Manet trazem uma arte de vanguarda que se afasta do conceito de arte que era valorizado até então. Eles desconsideram o realismo e a clareza da forma em seus quadros, buscando novas maneiras de capturar paisagens a partir da luz e do movimento, da atmosfera e do clima.
Tempos mais tarde, já na primeira década do século XX o Expressionismo surge na Alemanha indo de encontro ao Impressionismo, ao mesmo tempo que influenciado pelo Simbolismo. Com a preocupação de que a arte poderia estar perdendo autenticidade e espiritualidade, os expressionistas se concentraram em comunicar o espiritual e o sentimental na arte. Assim, a arte agora viria de dentro do artista, não do mundo externo.
Além disso, o Expressionismo também registrou muitas vezes críticas sociais à cidade moderna, retratando indivíduos modernos alienados. Essa pauta da modernidade e da inovação é algo que anos depois será extremamente valorizada por outro movimento artístico.
O Cubismo surge praticamente lado a lado com o Expressionismo, apesar de ver e fazer arte a partir de uma vertente totalmente diferente. Ademais, nesse caso, as ideias do impressionista Cézanne são fonte de inovação para Picasso e Braque. O movimento ofereceu uma nova maneira de descrever o espaço, o volume e a massa. Trouxe dramaticidade, representada através da geometrização das figuras e da retratação diferentes pontos de vista em uma mesma obra.
O Futurismo, também temporalmente localizado no início do século XX, foi um movimento de vanguarda italiano que surgiu a partir das interações com as ideias cubistas francesas e de um desejo geral de progresso. Os artistas desse grupo desejavam destruir as formas mais antigas de cultura e demonstrar a beleza da vida moderna - da máquina, velocidade, violência e mudança. A valorização da tecnologia é algo que contraria alguns posicionamentos expressionistas.
O Dadaísmo surge mais próximo da década de 1920, na Alemanha, como uma reação à Primeira Guerra Mundial e influencia diversos artistas dos Estados Unidos. Ele foi o primeiro movimento de arte conceitual que tinha como premissa arte como performance e a relevância da participação do público para a concretização da obra. Dessa forma arte e vida interligam ainda mais, levantando questionamentos sobre o que é arte e a legitimação do processo criativo pela sociedade.
No final da década de 1920, o Surrealismo ascende com a decadência do Dadaísmo. Esses dois movimentos partilham de uma oposição anárquica aos valores da sociedade tradicional europeia. Dessa forma, influenciado pelas teorias de Freud, as obras surrealistas eram chocantes e desconfortáveis devido ao seu conteúdo baseado em temas como o mito, o primitivismo, a loucura, o sexo, o sonho e o desejo.
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Referências Bibliográficas:
ART REF. O que é Arte? Disponível em: < https://arteref.com/arte/o-que-e-arte/ > Acesso em: 01 mar. 2022
ART STORY. Modern Art Movements. Disponível em: < https://www.theartstory.org/section-movements-timeline.htm > Acesso em: 01 mar. 2022
BLOG UNIS. Guia Completo Sobre a História da Arte. Disponível em: < https://blog.unis.edu.br/guia-completo-sobre-historia-da-arte > Acesso em: 01 mar. 2022
PENSAR CURSOS. O que são Vanguardas Artísticas? Disponível em: <https://www.pensarcursos.com.br/blog/o-que-sao-as-vanguardas-artisticas/ > Acesso em: 01 mar. 2022
PROF RUI JAIMES. Movimentos Artísticos. Disponível em: <https://profruijaime.wixsite.com/saberefazerartes/movimentos-artisticos > Acesso em: 01 mar. 2022