A nanotecnologia é uma disciplina científica desenvolvida recentemente por profissionais ligados aos campos da Medicina, Eletrônica, Ciência da Computação, Física, Química, Biologia e Engenharia dos Materiais. Os estudos sobre esta ciência e a produção de materiais nesta esfera se dão em um patamar nano, ou seja, no nível da escala atômica. Seu elemento essencial é o átomo, com o qual é possível criar novos objetos e outras disposições.
Com base nestas pesquisas, estudiosos do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Materiais em Nanotecnologia (INCTMN) criaram o projeto Nanoarte, registrado em vídeos e fotos imagens de cerâmicas, elaboradas a partir de corpúsculos de proporções nanométricas.
O objetivo destes pesquisadores é tornar mais acessível o universo da nanotecnologia, a dimensão nano das substâncias, e despertar cada vez mais o desejo dos cientistas de mergulhar nesta área ainda inexplorada. Assim, com a ajuda de imagens sublimes conquistadas através do uso de microscópios eletrônicos de resolução inimaginável, é possível atingir o lado curioso e inquieto de estudiosos do mundo todo.
As mostras de fotos tiveram início em 2008, em alguns espaços culturais de São Carlos, graças à participação de membros do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP. As fotos aí expostas tinham cerca de 40 por 50 cm.
O primeiro vídeo do projeto foi elaborado em agosto de 2008; hoje há pelo menos quatro produções disponíveis no site Youtube, as quais são normalmente apresentadas a estudantes do ensino público fundamental e médio. As imagens em preto e branco são captadas com o uso de um microscópio que permite uma ampliação de 50 a 60 mil vezes. Após serem incluídas em um catálogo específico e passarem por um processo de escolha, elas são submetidas a um mecanismo de coloração, por meio de um software particularmente criado para esse fim; o estágio seguinte é a seleção da trilha sonora.
É importante perceber como são produzidas as fotos, a partir de determinados óxidos em pó, com proporções nanométricas. É a mesma matéria-prima utilizada na elaboração de sensores e dispositivos dos quais se origina a luz branca. No processo de produção das imagens, são privilegiadas aquelas que, de alguma forma, estão ligadas à esfera imagética do dia-a-dia.
Cabe ao técnico em microscopia eletrônica, Rorivaldo de Camargo, e ao aluno do Mestrado Ricardo L.Tranquilin, os dois vinculados ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, a introdução de cores e da trilha sonora nos vídeos, bem como o desenvolvimento artístico e a animação.
O trabalho tem gerado frutos e premiações surpreendentes. Na Mostra Internacional On-line Nanoarte 2009-2010, sediada em Nova Iorque, nos Estados Unidos, pesquisadores ligados a este projeto obtiveram a segunda posição – obra Net-like, de Ricardo Tranquilin – e o quarto lugar – Bees at home, de Daniela Caceta. O time do Brasil levou à quarta edição do evento 15 produções, todas criadas sob a superintendência de Rorivaldo de Camargo.
Fontes:
http://www.usp.br/agen/?p=5262
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12049/divulgacao-cientifica/nanoarte-brasileira-e-premiada.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nanotecnologia
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/nanoarte/