Anita Catarina Malfatti foi uma pintora, ilustradora e professora brasileira. Nascida em São Paulo, em 1889, ao longo de sua carreira foi reconhecidamente uma introdutora da estética modernista no Brasil. Entre suas obras, destacam-se as seguintes:
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Mulher do Pará (1927)
Obra realizada em óleo sobre tela, Mulher do Pará resultou de um período em que a pintora visitou a cidade de Belém (Pará), enquanto ia para os Estados Unidos. A mulher retratada nesta obra foi vista por Anita Malfatti em uma área de prostituição no cais local. Suas vestes excêntricas e a maneira como se postava faziam lembrar a imagem de um manequim dentro de uma vitrine. Essa mulher causou grande encantamento na artista, tanto é que ela voltou àquele local específico para esboçar a personagem. Porém, somente depois de 11 anos o quadro foi pintado. Esta obra fez parte de uma exposição em Paris, Salon d’Automne, com o nome traduzido para Femme du Pará.
A Boba (1915-1916)
Pintura em óleo sobre tela presente no Museu de Arte Contemporânea (Universidade de São Paulo), A Boba apresenta referências do cubismo, apesar de integrar o movimento modernista. Sendo uma das criações mais famosas de Anita Malfatti, remete a uma mudança de rumo do expressionismo para o cubo-futurismo. A mulher retratada criada no quadro conta com uma expressão vaga e anormal, destacada pelos traços negros em uma premissa desarmônica. De acordo com alguns críticos de arte, trata-se de um autorretrato de Anita Malfatti.
Grupo dos Cinco (1922)
Obra realizada com tinta de caneta e lápis de colorir sobre papel, presente na Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros (São Paulo). Grupo dos Cinco apresenta o quinteto formado por Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Eles representavam as ideias da Semana de Arte Moderna de 1922, na qual teve início a manifestação do modernismo no Brasil. Na composição, Tarsila do Amaral está no sofá, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade estão deitados em travesseiros no tapete central, enquanto sentados ao piano estão Mário de Andrade e Anita Malfatti.
O Homem de Sete Cores (1915-16)
Obra feita em carvão e pastel sobre papel, que está no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Entre as principais características desta obra destaca-se a extrapolação dos limites - visivelmente na cabeça do personagem retratado que escoa pela delimitação da superfície – assim como na ênfase dada à musculatura do corpo distorcido. Neste conjunto, a influência das vanguardas artísticas estrangeiras mistura-se com elementos brasileiros como as cores da bandeira (verde, amarelo, azul) e as folhas de bananeira. A obra reflete, neste sentido, a premissa modernista brasileira da antropofagia cultural.
A Estudante Russa (1915)
Obra feita em óleo sobre tela, podendo ser vista na Coleção de Artes Visuais de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. A obra apresenta contornos mais conservadores do que os das produções posteriores à Semana de Arte Moderna de 1922. A Estudante Russa gerou interesse no escritor Mário de Andrade, que chegou a adquirir a peça em 1935. Em sua opinião, Malfatti tinha retratado naquela tela não uma mulher desconhecida, mas uma comovente expressão da dor, do orgulho e da crença que é a Rússia.
O Japonês (1915)
Quando esteve em Nova Iorque, Anita Malfatti foi colega do pintor japonês Yasuo Kuniyoshi. Desta forma, existem fortes indicadores de que o homem retratado nesta obra seja ele. Este foi outro trabalho de chamou a atenção de Mário de Andrade, pois o escritor adquiriu-o em 1920. As características marcantes de O Japonês são: a feição do personagem e o realce trazido pelos tons vermelhos e amarelos. Esta produção de Anita Malfatti foi exposta na Semana de Arte Moderna de 1922.
Fontes:
AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Curitiba: Editora UFPR, 1997.
https://mam.org.br/exposicao/anita-malfatti-100-anos-de-arte-moderna/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/obras-de-anita-malfatti/