Recebe o nome de ópera toda apresentação dramática ou então cômica nas quais a música e a poesia se completam. Tal gênero artístico pode ser apresentado com o canto acompanhado de orquestras, ou até danças em algumas ocasiões, e é executado geralmente sem diálogo falado, ou seja, o texto é todo interpretado em forma de canto. Embora o conceito e definição moderna de ópera datem de fins do século XVI, suas características de teatro dramático e musicado são muito antigas, encontrando-se, de uma ou outra forma, nas mais diversas civilizações. Conforme o caráter trágico ou cômico de seu enredo, distingue-se a ópera séria e a bufa. A ópera cômica, que não tem exclusivamente traços humorísticos, recebe essa denominação por conter passagens faladas.
Naquilo que viria a ser a ópera moderna, os primeiros trechos musicais apresentados (canções, coros, danças), não tinham ainda relação com o drama representado. É em 1607, com Orfeu, de Cláudio Monteverdi, que pela primeira vez todos os elementos do gênero estão reunidos em uma obra concisa: árias, recitativos, coros e orquestra. A ópera se difunde pelas cidades de Roma, Florença e Mântua, e com a construção do Teatro São Cassiano, em Veneza, em 1637, o público aumenta e modifica o caráter desse drama musicado, cujo enredo passa a ser realista e cômico, enquanto na música o virtuosismo vocal vai cada vez assumindo mais importância.
Apesar da relativa popularização da ópera veneziana, foi a de Nápoles que conquistou o público culto do Ocidente, afastando-se cada vez mais do drama inspirado na Antiguidade. Os napolitanos concentraram-se na representação de estados psicológicos e desenvolveram a ária, tornando a ópera uma representação de solistas. Francesco Provenzale é considerado fundador da escola napolitana, que teve Alessandro Scarlatti (1659-1726) como sua figura mais importante.
Da Itália a ópera irá expandir-se por toda a Europa. Na França, o espetáculo precisou competir com o "ballet de cour" (balé da corte). Foi por obra de um italiano, Giovanni Batista Lulli, (que afrancesava seu nome para Jean Baptiste Lully) a introdução da ópera naquele país. Diretor do primeiro teatro francês especializado, a Academia Real de Música (depois Ópera de Paris), inaugurada em 1671, Lully iniciou suas atividades levando à cena peças pastorais. Mais tarde, com o libretista Phillipe Quinault, criou a tragédia em música (tragédia lírica), gênero que daria origem à opera especificamente francesa. Baseada no drama falado, ela assimilou o estilo recitativo da ópera italiana, mas rejeitou os intermezzi (intervalos) cômicos.
Com Verdi e Puccini, no fim do século XIX e início do XX, a ópera atinge o máximo de sua popularidade, surgindo obras importantes nas principais línguas europeias. Logo no surgimento do registro em disco, as primeiras celebridades da nova mídia são exatamente cantores de ópera, como Enrico Caruso. Ela logo entrará em decadência, porém, com o surgimento de estilos populares vindo dos EUA, como por exemplo o jazz.
Entre as óperas mais famosas, consideram-se:
- Carmem, de Georges Bizet.
- Der Ring des Nibelungen, Der Fliegende Hollânder, Tannhäuser, Lohengrin e Parsifal, de Richard Wagner.
- Nabucco, Il Trovatore, La Traviata, Rigoletto, Um Ballo in Maschera, Don Carlos, Aída, Otelo e Falstaff, de Giuseppe Verdi.
- Manon Lescaut, La Bohéme, Turandot e Tosca, de Giuseppe Puccini.
- Don Giovanni, Le Nozze di Figaro e Die Zauberflöte, de Wolfgang Amadeus Mozart.
- Lucia di Lammermoor, Don Pasquale e L’Elisir d’Amore, de Gaetano Donizetti.
- O Barbeiro de Sevilha, Guilherme Tell e La Gazza Ladra, de Gioacchino Rossini.
- Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni.
- I Pagliacci, de Ruggero Leoncavallo.
- Der Freischütz, de Carl Maria von Weber
- La Giocconda, de Amilcare Ponchielli.
Bibliografia:
DANNEMANN, Fernando Kitzinger. Ópera - o que é?. Disponível em <http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=962442>. Acesso em: 10 out. 2011