Antigamente, os cometas despertavam medo nas pessoas que viam, subitamente, o céu ser riscado por algo que se movia bem rápido. Hoje, sabemos que os cometas são apenas corpos bastante irregulares, pequenos e frágeis. Alguns são visíveis aqui na Terra de tempos em tempos, ou seja, tem uma periodicidade. Suas órbitas são altamente elípticas e, por conta disso, quando chegam perto do Sol, são lançados para o espaço profundo, geralmente para muito além de Plutão.
Mais especificamente, cometas são “pedras de gelo sujo”: o gelo é formado por material volátil, que passa do estado sólido diretamente para o gasoso, e a “sujeira” é formada por poeira e pedras dos mais variados tamanhos.
As partes de um cometa são:
- Cabeleira ou Coma: aparece como uma nebulosidade sobre o núcleo, como se fosse a capa do núcleo do cometa ou atmosfera. É a origem da cauda do cometa e contém gases simples a base de hidrogênio e oxigênio.
- Cauda: a cauda forma-se da ação dos ventos solares no coma. Quanto mais perto do Sol, maior é a ação dos ventos solares e maior é a cauda do cometa.
- Núcleo: tem alguns quilômetros de diâmetro e todos os fenômenos que ocorrem em um cometa tem origem no núcleo. Ao aproximar-se muito do Sol, perde matéria que se converte em coma que, por sua vez, converte-se em cauda.
A vida média de um cometa não ultrapassa os 10 milhões de anos. Antes de serem capturados pelo campo gravitacional do Sol e tornarem-se cometas, são apenas núcleos congelados vagando pelo espaço. Podemos saber sobre a periodicidade de um cometa através de sua órbita:
- Parabólica ou hiperbólica: aproximam-se apenas uma vez do Sol e retornam para o espaço profundo. Não são periódicos;
- Elíptica: são cometas periódicos. Orbita provocada pela influência dos planetas, principalmente Júpiter e Saturno.
Quando está longe do Sol, o seu material está sólido e congelado. Ao chegar perto do Sol, forma-se a cauda e o coma. Conforme ele absorve a luz ultravioleta, processos químicos liberam hidrogênio, que escapa da gravidade do cometa e forma uma espécie de envelope de hidrogênio. Tal processo não pode ser observado da Terra, mas vários telescópios espaciais foram capazes de detectar.
Há vários cometas registrados por agências como a Agência Espacial Americana (Nasa). O mais famoso de todos, o cometa Halley, já é um velho conhecido nosso. Ele foi descoberto em 1705, mas astrônomos acreditam que desde muito antes a humanidade já o via no céu. A sua periodicidade é a cada 75 anos e sua última aparição foi em 9 de fevereiro de 1986; sua próxima visita está prevista para 28 de julho de 2061. A sua periodicidade é considerada intermediária e ele é um comenta muito brilhante. O seu descobridor foi Edmond Halley.
O estudo dos cometas começou com os cometas de curto período (menos de 200 anos) e que estão em planos próximos aos planos das órbitas dos planetas. Em 1950, Jan Hendrik Oort (1900-1992) propôs um modelo que dizia que uma imensa ‘nuvem’ de núcleos cometários estaria orbitando o Sol e esses núcleos teriam diversos tamanhos. Quando perturbados, esses objetos entrariam em contato com o meio do Sistema Solar. Essa nuvem hoje é conhecida como Nuvem de Oort.
Em 1951, Gerard Peter Kuiper (1905-1973) propôs que os cometas de curto período são oriundos de uma região plana com início logo após a órbita de Netuno. Hoje conhecemos essa região como Cinturão de Kuiper, que é constituído de pelo menos 10.000 objetos. Até hoje, o estudo de Kuiper é considerado aceito para os cometas de curto período.
Referências:
http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/comet.htm
http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/aprendendo-basico/sistema-solar/cometas.html
http://www.observatorio.ufmg.br/pas56.htm