A Hipótese da Terra Rara argumenta que o surgimento de formas de vida complexas em nosso planeta é decorrente de uma combinação improvável de eventos.
Atualmente, há diversos indícios que apontam para a existência de vida em outros planetas do universo, até mesmo na nossa Via Láctea. No entanto, tudo que temos oficialmente comprovado e divulgado até agora são traços de vidas muito menos complexas do que a nossa. A Hipótese da Terra Rara se utiliza dessa constatação para seus argumentos. Ela é descrita em astronomia planetária e astrobiologia e estipula que vida multicelular, que se refere como forma mais complexa, é resultante da combinação de circunstâncias astrofísicas e geológicas que são raras e improváveis. O termo é resultante de um livro publicado pelos cientistas Peter Ward e Donald Browniee no ano 2000.
A Hipótese da Terra Rara foi explicada por esses cientistas, os quais argumentaram que nosso planeta abriga formas complexas de vida em função de eventos incomuns. Para que haja vida em um planeta é preciso que ele esteja localizado na zona habitável de uma galáxia, que integre um sistema planetário com uma estrela central, que sua órbita no sistema seja favorável, que o tamanho do planeta não reflita em muita gravidade ou em pouca gravidade, que haja um satélite natural que o beneficie, que o somatório dos fatores possibilite a existência de um campo magnético e de placas tectônicas, assim como oceanos para que a vida se desenvolva a partir da água, que a química do ar permita a respiração e outras várias eventualidades que sejam adequadas para a vida.
A base de argumentação dos cientistas Peter Ward e Donald Browniee está na posição de um planeta em relação ao centro de sua galáxia. Eles analisaram que a distância influencia na quantidade de metal disponível em um planeta. Metais são importantes para formação de planetas rochosos. Mas isso não bastaria, deve-se levar em consideração também a quantidade de raios-X e de raios gama recebidos pelo planeta. A posição em relação ao centro de uma galáxia influi na ocorrência de supernovas e no risco de choques com grandes meteoros. Considerando esses argumentos e suas relações com eventos incalculáveis, os cientistas classificaram a Terra como integrante de uma singular zona habitável do universo. Planetas e regiões do espaço que são incapazes de abrigar vida foram chamadas por eles de zonas mortas.
Mas a Hipótese da Terra Rara é muito questionada e tem adversários famosos, como Carl Sagan e Frank Drake. Estes cientistas defendem o Princípio da Mediocridade, que conclui ser a Terra um planeta rochoso típico localizado em uma típica região de um típico sistema planetário. Esse princípio alega que o universo, muito provavelmente, está repleto de vida complexa. Nos últimos anos, pesquisadores descobriram centenas de planetas localizados em possíveis zonas habitáveis do universo e, inclusive, planetas com características semelhantes à Terra. Recentemente, o argumento sobre a metalicidade dos planetas foi superado, revelando exoplanetas em regiões de pouca metalicidade no universo. Para a Hipótese da Terra Rara, a situação da Terra na Via Láctea é algo muito raro no universo, mas não é desconsiderada a possibilidade de ocorrência. No entanto, eles acreditam que, se há outro planeta com condições similares às nossas e eles abrigam vida complexa, dificilmente faremos algum contato, pois esses eventuais planetas devem estar muito distantes no universo.
Fontes:
http://clubecetico.org/forum/index.php?topic=24607.0
http://www.portaldoastronomo.org/tema_15_4.php
http://eternosaprendizes.com/2010/02/28/refinando-a-hipotese-da-terra-rara-o-que-seria-o-suficientemente-adequado-para-os-exoplanetas/