Assim como o lixo que produzimos em casa ou na rua está virando um problema cada vez mais crescente no mundo o lixo que está fora do Planeta Terra, o lixo espacial, também é alvo de grande preocupação. Esse lixo está na órbita do nosso planeta é composto por lascas de tintas, combustíveis, pedaços de naves, satélites, detritos variados e até ferramentas perdidas por astronautas durante missões. Esse lixo forma uma nuvem com objetos que pesam algumas gramas até os que tem algumas toneladas.
Desde 1957 quando a antiga União Soviética lançou o primeiro satélite, o Sputnik, a quantidade de lixo espacial só aumentou. Atualmente, cerca de 800 satélites estão na órbita terrestre e todo o lixo espacial é proveniente dos mais de cinco mil lançamentos espaciais ocorridos até então.
É necessário entender que os trabalhos de lançamentos de foguetes, sondas, satélites e missões são feitas para melhorar a vida de todos os habitantes do planeta. Os satélites auxiliam nas telecomunicações e na internet além de servir como um ‘olho’ especial para monitorar fronteiras e áreas em perigo como a Floresta Amazônica. Por sua vez, foguetes, sondas e missões espaciais são lançadas para fins diversos como obtenção de novos conhecimentos de planetas e luas além da realização de pesquisas em microgravidade que beneficiam a tecnologia astronáutica e até pesquisas com doenças graves como o câncer tendo como auxílio a Astrobiologia.
Entretanto, toda essa atividade foram do ambiente terrestre mergulhou a órbita do planeta num enxame de coisas sem utilidade e que representam até mesmo um potencial perigo para os lançamentos futuros. Um lixo espacial, com o tempo, perde altitude e cai de volta no Planeta Terra. As chances de acidentes envolvendo pessoas atingidas por algo desse lixo é bastante remota pois, ao entrar na Terra, a atmosfera acaba queimando o objeto. Além disso, a maior probabilidade é de que o lixo caia nos oceanos já que ocupam cerca de 75% de todo o planeta, ou áreas desabitadas.
Síndrome de Kessler
Proposta por Donald J. Kessler, da Agência Espacial Americana (NASA), a Síndrome de Kessler seria o resultado de tanto lixo espacial acumulado na órbita da Terra; um dia, o espaço teria tantos detritos que seria impossível utiliza-lo para qualquer finalidade. Isso porque os detritos maiores chocam-se formando mais detritos e a nuvem de lixo apenas aumenta (uma reação em cadeia). Dessa forma, a visibilidade e utilidade do espaço seria perdida por tempo indeterminado.
A Síndrome, entretanto, assim como a existência desse lixo em órbita, não afetaria em nada a saúde do planeta já que é uma quantidade de massa insignificante comparado com a massa da própria Terra. Os maiores danos seriam para a sociedade uma vez que choques com satélites iriam afetar transmissões de dados de todos os tipos. A ‘limpeza espacial’, atualmente, não é possível visto que uma tecnologia de ponta seria necessária para realizar esta tarefa.
Referências:
http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=7312
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150806_lixo_espacial_ab
http://super.abril.com.br/tecnologia/os-perigos-do-lixo-espacial
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/astronomia/lixo-espacial/