Por Ana Lúcia Santana
A Via-Láctea é uma galáxia – que por sua vez é um amplo conjunto de estrelas, incluindo uma grande variedade de gases e poeiras astrais – na qual está situado o Sistema Solar, do qual nosso Planeta é um dos astros integrantes. Este corpo de formato espiral engloba pelo menos duzentos bilhões de estrelas, embora alguns acreditem que o número destas esferas pode chegar a quatrocentos bilhões. Sua massa atinge aproximadamente um trilhão e 750 bilhões de massas solares.
Os gregos da era clássica foram os responsáveis pela criação da expressão Via Láctea, pois eles concebiam esta estrutura como um ‘Caminho de Leite’ que atravessava o Cosmos. Entre outros povos ela recebeu as mais diversas denominações. Os primitivos que ocupam o Sul do Pará, os Tembés, por exemplo, a batizaram de ‘Caminho da Anta’. Esta via tem hoje uma idade avaliada entre treze e treze bilhões e 800 milhões de anos, embora este cálculo seja um tanto controvertido.A visão atual da Via Láctea, para a qual tem contribuído telescópios cada vez mais avançados, desde o século XVII, é a de uma parte iluminada do Universo, resultado da soma das luzes irradiadas por uma vasta quantidade de astros. Quanto mais potente for o instrumento usado para visualizá-la, maior será o número de estrelas percebidas individualmente nesta estrutura cósmica.
Não é possível até nossos dias conhecer completamente a Via-Láctea, pois, apesar de toda a moderna tecnologia espacial, ainda é difícil perceber visualmente os recantos mais distantes deste corpo. Isto ocorre porque há muita poeira ao longo deste ‘Caminho de Leite’, o que impede a percepção nítida de seu interior.
Da Via-Láctea são bem conhecidas, portanto, sua extensão e as coordenadas do Sol nesta vasta estrutura, dados estes que foram obtidos há 80 anos. As pesquisas que resultaram nesta avaliação passam pela observância dos pequenos globos estelares que estão localizados no exterior desta galáxia.
Os estudiosos determinaram também a localização do núcleo da Via-Láctea, o qual está situado na constelação de Sagitário, a qual pode ser percebida nitidamente no estado de Minas Gerais, em alguns momentos do ano. É possível distinguir nesta área tanto nebulosas quanto grupos de estrelas. Observando-se do ponto de vista do Sistema Solar do qual a Terra faz parte, pode-se encontrar nesta galáxia sua faixa mais luminosa.
Estruturalmente a Via-Láctea é composta por seis campos: núcleo, bulbo central, disco, os braços espirais, o componente esférico e o halo. A parte nuclear encontra-se no centro deste corpo, sob o formato de uma esfera achatada, constituída por astros mais velhos, revelando portanto um tom mais avermelhado se for comparada ao disco.
O bulbo, também uma esfera, está localizado em volta do núcleo; o disco é o componente mais fácil de ser visualizado nesta galáxia; são quatro os braços espirais, cada um deles assumindo uma cor diferente – ciano, violeta, verde e rosa; o componente esférico é o resultado da junção do núcleo e e do bulbo central, e só pode ser percebido indiretamente; o halo, de formato circular, cinge o componente esférico e é composto por partículas extremamente estimuladas por temperaturas muito elevadas, e também por anãs vermelhas, anãs brancas e conjuntos globulares.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/astronomia/via-lactea/